O site Alô Chapada vai trazer, ao longo do mês de julho, cinco textos e muitas fotos que contam a história do lendário Clube Patucha, inaugurado no ano de 1974, em Chapada dos Guimarães, e que se transformou em um "point da época".
Ordem dos textos: - A Ideia; - A Inauguração; - A Revolução; - O Delírio; - A Saudade.
O LENDÁRIO PATUCHA – A Revolução
Nunca em tempo algum, a serra-acima poderia sonhar com amanho projeto de lazer e divertimento. Coisas de visionário...
Para completar o arrojo da ideia, coloquei anúncios em todos os jornais de grande circulação da capital, neste formato:
“VISITE A CHAPADA DOS GUIMARÃES.
VENHA DANÇAR NO PATUCHA!”
É PA
É PATU
É PATUCHA
É PATUCHAÇÃO"
Os meus colegas de plantão no Hospital Geral, muito curiosos, subiam a serra para assistir nosso show. Os fazendeiros das regiões circunvizinhas compareciam todos os finais de semana. A população local, então, cumpria o que havia prometido: serem frequentadores assíduos.
Não havia ninguém no local, que não se sentisse com os pés “coçando e “comichando”, desejosos de deslizar nos salões do PATUCHA, onde tórridas histórias tiveram início, embaladas por nossa música.
O nosso sucesso era tão grande que o professor Osvaldo Roberto Sobrinho, então secretário de Educação de Mato Grosso, nos convidou para animarmos, em nosso espaço, o primeiro baile de formatura do Ginásio Estadual.
Cumprindo assim, nosso quase dever de animadores da noite chapadense, nos vimos na obrigação de realizar o primeiro carnaval da cidade. A festa foi tão completa que elegemos, inclusive, um Rei Momo e uma Rainha do carnaval. Isso, sem falar no carnaval de rua e nas matinês infantis. Tudo muito simples, sem luxo, mas a alegria era imensa e contagiante! Percebia-se nos rostos felizes que estávamos todos unidos naquela festa momesca!
Meu irmão Santos, comandando o bar Neves, nunca faturou tanto. Teve até mesmo que contratar novos funcionários!
Minhas atividades como médico do Hospital Santo Antônio, após a celebração do convênio com o FUNRURAL, se intensificaram tanto, que foi necessário eu abrir mão da minha função de guitarrista e cantor.
O PATUCHA já fazia parte do dia a dia do povo e não poderia sofrer interrupção repentina. Então, abri mão e contratei novos músicos, os quais se alternavam no palco.
Interessante notar que a criação do PATUCHA, sem querer, criou uma verdadeira revolução na cidade, incentivando o surgimento de vários concorrentes. No bairro Santa Cruz a D. Santinha, líder comunitária, abriu o Clube Garoa, nome este que também era de um clube de futebol local, ambos comandados pelo sanfoneiro Melquisedeque Lechner (Misel) e seu grupo musical. Próximo à Estação Rodoviária, o Pedrinho Boaventura, meu primo, inaugurou o Clube Cintura Fina que animava também os finais de semana com boa música.
Apesar de não haver meios de comunicação como TV, rádio, jornais ou revistas, as notícias corriam de boca em boca, na cidade, aldeias, roças e sertões. Era PATUCHA daqui, era PATUCHA dali... Um sucesso, uma revolução!
- Acesse aqui o texto: A Ideia
- Acesse aqui o texto: A Inauguração
O Alô Chapada não se responsabiliza pelas opiniões emitidas neste espaço, que é de livre manifestação
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