O site Alô Chapada vai trazer, ao longo do mês de junho, cinco textos e muitas fotos que contam a história do lendário Clube Patucha, inaugurado no ano de 1974, em Chapada dos Guimarães, e que se transformou em um "point da época".
Ordem dos textos: - A Ideia; - A Inauguração; - A Revolução; - O Delírio; - A Saudade.
O LENDÁRIO CLUBE PATUCHA – A Inauguração
Estava quase se tornando realidade aquela louca aventura, considerada impossível por muitos!
Mas... eu sou um homem determinado, jamais desisto de meus propósitos! Até porque já herdava talento musical de meus antepassados. A mudança do violão para a guitarra foi fácil e tornei-me guitarrista-solo.
Os outros músicos, tínhamos ali mesmo perto: Orlando Lopes, meu primo, fazia a guitarra-base e cantava junto comigo. O Antônio Nonato, casado com mina prima Mariazinha (irmão do Orlando), era o trompetista e meu tio Chiquinho completava o naipe de metais tocando saxofone. Nosso primeiro baterista foi o Teixerinha e posteriormente o Ferrinho, percussionista da Orquestra Sinfônica da UFMT, o qual ajudou a arregimentar novos talentos na bateria como, por exemplo, o Eldo Lara, na época um rapazola de 14 anos de idade.
Em frente ao Bar Neves, formava-se uma multidão de curiosos, aplaudindo nossa performance durante os primeiros ensaios. Muitos nunca haviam visto de perto uma guitarra elétrica. Era um delírio total e todos eram unânimes em afirmar que a banda já estava pronta para a inauguração!
Na época, os sucessos que nós tocávamos em nosso repertório, eram músicas de Raul Seixas, Benito de Paula, Antônio Marcos, Wando, Roberto e Erasmo Carlos, Agepê e também os internacionais: Beatles, Elvis Presley, Trini Lopez, etc... Naquela época em rádio AM e FM eram mais democráticas e ecléticas e não com as de hoje que são corporativistas e não dão espaço para a música regional.
Também executávamos canções de minha autoria como: “Capricho” e “Vou embora para chapada”, as quais viraram sucessos lembrados até hoje:
CAPRICHO
Então, por que disseste adeus?
Se agora choras, imploras, quer voltar?
Eu não posso compreender
essa maneira, boba de me amar.
VOU EMBORA PRA CHAPADA
Vou embora, pra chapada
onde mora o meu amor,
se eu sair daqui agora,
chegarei antes do sol se pôr.
A saudade é malvada
qual espinhos de uma flor.
Sei que ela também chora
ao lembrar de tudo que passou!
Mas a lágrima que rola
não adianta, não consola,
até mesmo a viola,
tem saudades de você!
Ninguém, porém, abria mão do rasqueado cuiabano que, como acontece até os dias de hoje, lota o salão quando é tocado, justiçando o cognome: “Limpa-banco”. Era tudo surpreendente, novo, impossível descrever:
Era pleno natal de 1974, dávamos esse grande presente para a população chapadense, um clube de dança: A fita inaugural foi cortada pelo dileto amigo Frei Osvaldo, que, num gesto inusitado, benzeu solenemente o local. Obs: PATUCHA é um acrônimo de PANORAMA TURÍSTICO DA CHAPADA.
Na próxima semana o site Alô Chapada publica a terceira parte da história - O LENDÁRIO CLUBE PATUCHA - A Revolução
- Acesse aqui o texto: A Ideia
Veja abaixo a galeria de fotos:
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