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Chapada Quinta-feira, 26 de Junho de 2025, 12:28 - A | A

Quinta-feira, 26 de Junho de 2025, 12h:28 - A | A

IGNOROU RELATÓRIO

Governo de MT já sabia da inviabilidade da obra de retaludamento e gastou mais de R$ 9 milhões

Katiana Pereira
Da Redação

Um ano após ser formalmente alertado sobre a inviabilidade do retaludamento no Portão do Inferno, na MT-251, o Governo do Estado de Mato Grosso se vê no centro de um escândalo que expõe o desperdício de milhões de reais e a negligência com laudos técnicos.

Documentos obtidos pelo Alô Chapada revelam que, em 24 de junho de 2024, a Prefeitura de Chapada dos Guimarães, por meio do Ofício nº 359/GP/PMCG, assinado pelo prefeito Osmar Froner, encaminhou ao governador Mauro Mendes um detalhado "Relatório Técnico - Queda de Blocos e Procedimentos de Segurança na MT-251 entre a Salgadeira e a Curva da Mata Fria". O estudo, desenvolvido pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) via Fundação Uniselva, não deixava dúvidas: a obra de retaludamento era um erro.

O relatório, assinado por especialistas como o geólogo Caiubi Kuhn e o engenheiro civil Renan Rodrigues Pires, com a participação dos professores Cleberson Ribeiro e Flavia Regina Pereira, era categórico ao apontar a alta instabilidade do maciço rochoso entre os quilômetros 42 e 48 da rodovia. A inviabilidade do retaludamento e a necessidade de intervenções mínimas eram claras, com advertências sobre os riscos de queda de blocos e o perigo que o desmonte de rochas em larga escala representaria para a segurança da rodovia e de seus usuários.

Apesar do alerta formal, protocolado na Casa Civil sob o número CASACIVILPRO202407921 às 16h26 do mesmo dia, o governo seguiu em frente.

Dados do Mapa de Obras da Sinfra indicam que, dos R$ 37,6 milhões orçados para a intervenção, o montante de R$ 9,9 milhões já foram pagos, transformando o dinheiro público em uma aposta arriscada contra o conhecimento técnico.

Reprodução

 

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Contradições

Por quase um ano, a população de Chapada dos Guimarães e os usuários da MT-251 conviveram com os impactos das interdições e com a incompreensão diante de uma obra que parecia fadada ao fracasso. Somente agora, com os fatos inegáveis à mesa, o governador Mauro Mendes ensaia uma mudança de discurso, admitindo que "houve uma grande dificuldade ou quase uma impossibilidade de prosseguir naquela rota".

Uma fala que soa como um eco tardio e uma admissão indireta de um erro que poderia ter sido evitado.

Os alertas do relatório da UFMT não se limitavam apenas aos riscos estruturais. Impactos ambientais, sociais e turísticos severos, além da possibilidade de interdição total da rodovia – artéria vital para o turismo em Mato Grosso –, também foram previstos e, tragicamente, se confirmaram.

"A decisão do governo de rever as estratégias da obra no Portão do Inferno não surpreende, já que desde o início especialistas locais alertaram para a incompatibilidade da proposta com a formação rochosa da região — alertas esses que foram ignorados", afirma Kaique Fonseca, presidente da CDL de Chapada dos Guimarães. "Agora, o governo reconhece o erro, mas novamente falha em apresentar uma alternativa concreta, deixando a população e os comerciantes sem respostas.

Desde a primeira interdição, em 23 de dezembro de 2023, o comércio de Chapada dos Guimarães vem enfrentando sérias dificuldades. Houve uma leve recuperação com o retorno gradual dos visitantes, mas o ressurgimento do tema na mídia reacende o temor de um novo esvaziamento, como vimos no início de 2024, quando o pânico afastou turistas e impactou duramente a economia local."

Reprodução

 

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Sociedade exige resposta

A atuação do Ministério Público Estadual (MPE) e do Ministério Público Federal (MPF) reforça a gravidade da situação. Em audiência pública realizada pela Assembleia Legislativa no ano passado, promotores e representantes da UFMT reiteraram a posição contrária ao retaludamento, defendendo a construção de um viaduto como solução.

A indignação popular também se fez presente. Em 16 de junho, vereadores de Chapada, acompanhados por moradores e lideranças locais, visitaram o canteiro de obras, exigindo explicações e soluções definitivas.

A mobilização da sociedade civil é um grito contra a falta de transparência, as constantes mudanças de rumo e os prejuízos causados pelas interdições. 

 

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NEI MOREIRA DA SILVA 26/06/2025

Deixa a 251 como está, só veículos leve e asfaltamento urgente do que falta pelo Manso - Água Fria.

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José Lourenço do nascimento 26/06/2025

Eu falei várias vezes deixei meu comentário isso tudo e pra roubar e não sei como tribunal de contas aprova ainda as prestações de contas tudo envolve políticos e não são presos e deixa de pagar o funcionário público a RGA, que tem direito como é meu Brasil, só ladrão

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2 comentários