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Variedades Terça-feira, 22 de Julho de 2025, 17:00 - A | A

Terça-feira, 22 de Julho de 2025, 17h:00 - A | A

CONFIRA OS VENCEDORES

Festival de Cinema de Cuiabá consagra obras potentes e premia talentos do audiovisual

Com mais de 450 filmes inscritos, Cinemat encerra edição histórica com homenagens, troféus e luta pelo tombamento como Patrimônio Cultural

Do Entretê

Em 2025, a 22ª edição do Festival de Cinema e Vídeo de Cuiabá — o Cinemato — não apenas premiou os melhores filmes do ano, como também reafirmou o papel de espaço e resistência, memória e representatividade. Encerrado no domingo (20), no Teatro da UFMT, o evento celebrou a diversidade das telas e homenageou quem faz do cinema um território político e sensível.

Com o tema Decolonizando a Amazônia, o festival reverenciou o cineasta Silvino Santos, considerado o “cineasta da selva”. A abertura trouxe uma rara exibição do filme Amazonas, o maior rio do mundo (1920), com trilha sonora ao vivo e performance da bailarina Nasla Brandão, em uma experiência sensorial única.

Foram 458 filmes inscritos em apenas nove dias, vindos de 25 estados e do Distrito Federal. Mato Grosso ficou entre os três estados com maior número de curtas inscritos. A curadoria selecionou 21 obras — seis longas e 15 curtas — para disputar o Troféu Coxiponé, escultura inspirada na etnia bororo e feita em madeira reciclada, símbolo da resistência cultural mato-grossense.

Entre os destaques da premiação está o curta Reagente, de Bruno Bini (MT), que venceu como Melhor Curta Nacional e também como Melhor Curta Mato-grossense. “Dedico, do fundo do meu coração, a todos os profissionais da saúde esses prêmios”, declarou Bini, emocionado, ao falar sobre o filme, que retrata a tensão e o heroísmo nos bastidores da pandemia.

O longa O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel (MG), foi o grande vencedor da Mostra Nacional: levou os prêmios de Melhor Filme, Direção, Fotografia e Atuação, para a atriz Bárbara Colen. Já o documentário Concerto de Quintal, de Juraci Júnior (RO), arrebatou tanto o júri oficial (como Melhor Documentário) quanto o público (Melhor Filme).

Na categoria júri popular de curtas, quem brilhou foi Albuesas, da mato-grossense Glória Albues, que também recebeu Menção Honrosa do júri oficial pela delicadeza com que costura memória e afeto em uma narrativa íntima. A animação Coisa de Preto, de Pâmela Peregrino (SE), também foi reconhecida com Menção Honrosa.

A noite teve ainda um momento de forte simbolismo com a entrega do Prêmio Dira Paes — troféu criado especialmente em madeira de reflorestamento — à mato-grossense Antonieta Luísa Costa, a Nieta, da Casa das Pretas. A atriz e diretora Dira Paes esteve presente para entregar pessoalmente a homenagem a essa mulher que atua há décadas em defesa das causas negras e ambientais.

Cinemato quer virar patrimônio

Durante a cerimônia, o secretário adjunto de Cultura, Jan Moura, anunciou que o festival já tem recursos garantidos para a edição de 2026. Ele também declarou apoio ao processo de tombamento do evento como Patrimônio Cultural e Imaterial de Mato Grosso, proposta encampada por Dira Paes e pelo deputado estadual Beto Dois a Um, que deve apresentar o projeto de lei na Assembleia.

Após dez anos silenciado por falta de incentivo, o festival renasce como uma vitrine poderosa para o audiovisual brasileiro e mato-grossense — gratuito, democrático e com identidade própria.


VENCEDORES DA 22ª EDIÇÃO DO CINEMATO


MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL | LONGAS-METRAGENS

Melhor Filme (Júri Oficial): O Silêncio das Ostras, de Marcos Pimentel (MG)

Melhor Documentário (Júri Oficial): Concerto de Quintal, de Juraci Júnior (RO)

Melhor Filme (Júri Popular): Concerto de Quintal, de Juraci Júnior (RO)

Melhor Direção: Marcos Pimentel, por O Silêncio das Ostras

Melhor Roteiro: Marco Altberg e Tainá de Luccas, por Kopenawa: Sonhar a Terra Floresta (RJ)

Melhor Atuação: Bárbara Colen, por O Silêncio das Ostras

Melhor Fotografia: Petrus Cariry, por O Silêncio das Ostras

MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL | CURTAS-METRAGENS

Melhor Curta Nacional (Júri Oficial): Reagente, de Bruno Bini (MT)

Melhor Curta Mato-Grossense (Júri Oficial): Reagente, de Bruno Bini (MT)

Melhor Curta (Júri Popular): Albuesas, de Glória Albues (MT)

Melhor Direção: Gustavo Carvalho, por Arame Farpado (SP)

Melhor Roteiro: Pally, por Tapando Buracos (AL)

Melhor Atuação: Valéria Barcellos, por Mãe (RS)

Melhor Fotografia: Bento Marzo, por Linda do Rosário (RJ)

MENÇÕES HONROSAS

Albuesas, de Glória Albues (MT)

Coisa de Preto, de Pâmela Peregrino (SE)

PRÊMIO DIRA PAES

Antonieta Luísa Costa, a Nieta (Casa das Pretas – MT)

 

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