Chapada dos Guimarães se revela como um dos destinos turísticos mais impressionantes e, ao mesmo tempo, subestimados do país. Com sua paisagem marcada por paredões de arenito, cachoeiras espetaculares, trilhas ecológicas e uma biodiversidade de tirar o fôlego, o município se consolida como parada essencial para quem deseja compreender a riqueza ecológica do estado do Mato Grosso e sua importância no equilíbrio do Pantanal.
Com mais de 30 mil hectares de área protegida, o Parque Nacional da Chapada dos Guimarães é o guardião de nascentes de rios como o Cuiabá, Coxipó e Manso, que são responsáveis por abastecer o ecossistema pantaneiro. Por isso, visitar a Chapada antes de descer às planícies do Pantanal não é apenas um passeio, mas uma aula prática sobre geologia, hidrografia e biodiversidade.
Subindo a rodovia MT-251, a paisagem urbana cede lugar a um cenário impressionante de escarpas que chegam a 350 metros de altura, vales profundos e vegetação abundante. A região, formada há cerca de 15 milhões de anos, é conhecida como o “berço das águas”, e sua altitude média de 850 metros contribui para um clima mais ameno e agradável — ideal para trilhas e atividades ao ar livre.
Entre os atrativos mais famosos está a Cachoeira Véu de Noiva, com seus 86 metros de queda d’água vista de um mirante panorâmico. No caminho até lá, é possível encontrar fósseis incrustados nas rochas, vestígios da história geológica da região. Outro ponto imperdível é a Salgadeira, onde é permitido o banho em águas cristalinas — perfeito para se refrescar após uma caminhada.
O passeio continua até o Vale dos Gigantes, com formações rochosas que parecem esculpidas à mão, e termina no alto do Morro dos Ventos, de onde se avista o cerrado se estendendo até o início das planícies do Pantanal. Ao longo do percurso, não é raro cruzar com araras, tucanos, corujas-buraqueiras e uma variedade incrível de espécies nativas.
Além do cerrado, a Chapada é ponto de convergência de três biomas: o cerrado, o Pantanal e a floresta amazônica. Essa sobreposição resulta em uma diversidade biológica rara, com mais de 650 espécies vegetais identificadas apenas no parque nacional. Não por acaso, a Unesco estuda a possibilidade de transformar a área em um Geoparque Mundial.
Chapada dos Guimarães também é história viva. Fundada por portugueses em 1751, a cidade leva o nome de Guimarães, no norte de Portugal, e guarda um ritmo de vida tranquilo, quase meditativo, que combina perfeitamente com sua natureza imponente.
Na gastronomia local, destaque para pratos como a Maria Isabel (arroz com carne seca e farofa de banana) e os peixes regionais, como o pacu e o pintado assado. Uma boa pedida é o restaurante Trapiche Regionalíssimo, que oferece buffet completo com sabores autênticos da culinária mato-grossense.
Dicas práticas para turistas curiosos a conhecer:
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Como chegar: A partir de Cuiabá, são apenas 60 km pela rodovia MT-251. É possível alugar carro, contratar transfer ou agendar passeios com agências locais.
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Quando ir: A estação seca, entre maio e setembro, é ideal para trilhas e banhos de cachoeira. No período chuvoso (outubro a abril), a paisagem ganha tons mais verdes, mas algumas atividades podem ser limitadas.
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O que levar: Roupas leves, protetor solar, chapéu, calçado para trilhas, repelente e roupa de banho.
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