O Plano Nacional de Fertilizantes está mirando na redução da dependência externa por insumos agrícolas, de acordo com a Câmara Técnica de Insumos Agropecuários (CTIA), que trabalha o plano. Nesse contexto, Arlindo Moura, presidente da CTIA, ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e membro do Conselho Consultivo da entidade dos cotonicultores, apresentou um material pensar estratégias para minimizar a subordinação dos agricultores nacionais ao fornecimento externo de insumos.
De acordo com Arlindo Moura, as principais frentes de ataque do problema envolvem ciência e tecnologia, síntese industrial, aspectos tributários e atração de investimentos. A produção de fertilizantes no território nacional, segundo Moura, custa caro ou é inviável, pois as jazidas são profundas e, sobretudo na região da floresta amazônica.
“Tirar o fertilizante aqui do Brasil sai mais caro do que importar, em função da localização e da logística. Mas há um consenso de que, precisamos, em alguma medida, produzir para ficar menos refém do importado”, considera.
Dentre essas propostas, se destaca estão o aumento da oferta de produtos e processos tecnológicos, com sustentabilidade, a capacitação de profissionais na área de fertilizantes, com apoio do CNPq, a promoção a eficiência no uso do produto, assim como aumentar, em 100%, a fixação biológica do nitrogênio no solo, com práticas agronômicas.
“Hoje a dependência do Brasil por insumos, como fertilizantes, defensivos e máquinas é grande, e difícil de ser resolvida. Por isso, falamos de 30%, em 2050. É preciso tempo e muito investimento para isso e, ainda assim, não conseguiremos ser autossuficientes”, afirma Moura.
No algodão, considerando o Oeste da Bahia, que planta apenas em primeira safra, os fertilizantes representam cerca de 15% dos custos de produção. Este percentual já chegou a 20%, na safra 2012/2013.
Entre no grupo do Alô Chapada no WhatsApp e receba notícias em tempo real