A dramática reestruturação financeira do Grupo Globo, com a demissão de centenas de profissionais, achatou os valores de salários nas emissoras da companhia.
No caso dos atores, os novos contratos – a maioria de curto prazo, com menos de 1 ano de duração – estão abaixo dos R$ 100 mil. Antes, era comum contratados ganharem entre R$ 150 mil e R$ 300 mil.
A saída de estrelas construídas na Globo, como Juliana Paes e Giovanna Antonelli, confirma a nova política de não manter artistas recebendo salário sem trabalho agendado.
Acabou o privilégio de ficar meses ou até anos em casa, à espera de novo papel, com rendimento garantido. Quem saiu voltará somente com datas certas de início e fim do vínculo com o canal.
Os poucos com contrato renovado – sem reajuste ou com redução de valor – deverão apresentar maior produtividade. Será comum estabelecer férias curtas entre uma novela e outra. Assim, o canal não precisará fazer muitas contratações novas.
Haverá uma pequena elite ganhando acima de R$ 1 milhão. Entre eles, os apresentadores mais antigos que atraem grandes anunciantes e numerosas ações de merchandising, como Ana Maria Braga do ‘Mais Você’ e Luciano Huck do ‘Domingão’.
No jornalismo, William Bonner é o único desta casta. Enquanto isso, nas redações, os repórteres jovens recém-contratados chegam com salário algumas vezes menor do que o dos veteranos demitidos.
No início de abril, em conversa com o Sindicato dos Jornalistas do Rio, um representante da Globo alegou que os ganhos mais altos estavam “incompatíveis com o mercado”.
As demissões e reduções salariais na maior emissora do País já influenciam outras TVs. A ordem geral é diminuir os custos da folha de pagamento e ‘desinflar’ as faixas de rendimentos mais altos.
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