O desenvolvimento das sociedades humanas sempre impacta o meio ambiente. Com o objetivo de preservar grandes áreas naturais, sua fauna e flora, surgem, no final do século XIX, os primeiros Parques Nacionais: áreas naturais, administradas direta ou indiretamente pelo Estado, destinadas à conservação de seus aspectos naturais e culturais para a posteridade e como símbolo representativo de uma nação.
Embora ideias para este tipo de área protegida já existissem, coube aos Estados Unidos criarem em 1872 o primeiro, o Parque Nacional de Yellowstone. No Brasil, quem inaugurou a categoria foi o Parque Nacional de Itatiaia, criado em 1937.
A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), através de sua Comissão Mundial de Áreas Protegidas, definiu Parque Nacional, como tipo de área protegida da Categoria II, definida por: “área natural extensa de terra ou mar de grande relevância para a conservação da natureza e da biodiversidade, destinada a: (1) proteger a integridade ecológica de um ou mais ecossistemas para as gerações presentes e futuras; (2) excluir a exploração ou ocupação não ligadas à proteção da área; e (3) prover as bases para que os visitantes possam fazer uso educacional, lúdico, ou científico de forma compatível com a conservação da natureza e dos bens culturais existentes”.
A classificação da IUCN define as áreas protegidas de acordo com os seus objetivos de gestão, que são reconhecidos internacionalmente por vários governos nacionais e pela ONU. Essa divisão fornece um padrão interternacional para a definição de áreas protegidas e serve como base para legislações nacionais, inclusive a brasileira, a Lei 9.985 de 2000 conhecida como Lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidade de Conservação).
No Brasil, os Parques Nacionais são a mais popular e antiga categoria de Unidade de Conservação. O SNUC inclui o Parque Nacional no grupo de Unidades de Conservação de Proteção Integral. Segundo a legislação brasileira, estas devem “preservar ecossistemas de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas, realização de atividades educacionais e de interpretação ambiental, recreação e turismo ecológico, por meio do contato com a natureza”.
Os Parques Nacionais, assim como outras unidades de conservação federal, são geridos pelo ICMBIO – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
Eles fazem parte de uma das doze categorias de áreas protegidas em nosso país, chamadas Unidades de Conservação. O Brasil possuía até 2018 71 unidades em todos os seus biomas: 24 na Mata Atlântica, 20 na Amazônia, 15 no Cerrado, 8 na Caatinga, 3 no bioma marinho e 1 no Pantanal. Após a Lei SNUC, as unidades de conservação foram divididas em duas categorias:
Unidades de Proteção Integral -> Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento Natural e Refúgio da Vida Silvestre.
Unidades de Uso Sustentável -> Área de Proteção Ambiental, Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional, Reserva Extrativista, Reserva de Desenvolvimento Sustentável e Reserva Particular do Patrimônio Natural.
Patrimônios históricos e de preservação, os parques ajudam a movimentar o turismo ecológico de todo o país, fazendo com que o segmento seja reconhecido e valorizado pela sociedade e pelo poder público.
De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), o turismo deverá alcançar a marca de R$ 700 bilhões, em 2024, e impactar cerca de 10,3% do PIB nacional. A perspectiva é empregar 10,6 milhões de pessoas, segundo o estudo.
O Brasil, quinto maior país do mundo com mais de 8 milhões e meio de quilômetros quadrados, destaca-se mundialmente por seu rico território natural. Um dos fatores que faz do país um sucesso no segmento do turismo são as unidades de conservação no país, muitas delas com opção para o turismo sustentável. Esses parques movimentaram 15,3 milhões de turistas em 2019, segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e justificam porque investir nos parques nacionais.
Segundo o próprio instituto, a visitação aos parques nacionais é uma das principais estratégias de sensibilização da sociedade para a importância da conservação da natureza. Quem conhece as belezas naturais protegidas é um aliado na luta pela conservação dos biomas brasileiros. Por isso, a importância de investimentos significativos nessas unidades é cada vez mais necessária.
PARQUE NACIONAL DA CHAPADA DOS GUIMARÃES
O Parque Nacional da Chapada dos Guimarães foi criado em 12 de abril de 1989 pelo Decreto Lei 97.656. Com 32.630 ha, protege amostras significativas dos ecossistemas locais e assegura a preservação dos recursos naturais e sítios arqueológicos existentes, proporcionando uso adequado para visitação, educação e pesquisa. O Parque Nacional está localizado entre os municípios de Cuiabá e Chapada dos Guimarães, no estado de Mato Grosso. É uma área natural do Cerrado brasileiro, segundo maior bioma do país e que abriga grande parte das nascentes dos grandes rios brasileiros (Paraguai, Araguaia, Tocantins, Juruena-Tapajós e São Francisco).
No interior do parque nacional estão localizadas algumas nascentes de rios formadores do Pantanal, em especial os córregos e rios da bacia do rio Coxipó, que contribui para grande parte do abastecimento humano de água para a população de Cuiabá.
O parque nacional abriga 659 espécies conhecidas de vegetais, 44 de peixes, 242 de aves e 76 de mamíferos. Além desta diversidade de espécies, o parque protege 10 tipos diferentes de vegetação do Cerrado e é um local onde há diferentes formações geológicas, incluindo áreas de origem desértica e marinhas. Por este motivo se diz que Chapada dos Guimarães já foi mar e deserto ao longo de milhões de anos.
A paisagem mais conhecida do parque nacional é a Cachoeira do Véu de Noiva, formada pelo rio Coxipó (neste local chamado de Coxipozinho ou Coxipó-Mirim). O Morro de São Jerônimo, as veredas do Rio Claro, a Cidade de Pedra e o Circuito das Cachoeiras (que inclui a Casa de Pedra) são outros locais conhecidos.
*Com informações ICMBio e O Eco
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