Os sistemas de segurança eletrônica prometem proteção constante, mas o que se vê na prática é uma vigilância reativa, que é limitada por falhas humanas e excesso de informações. Na prática, câmeras gravam e sensores disparam alertas, mas a análise e a tomada de decisão ainda dependem, em grande parte, de operadores sobrecarregados, diferentes turnos e processos manuais, ou seja, os recursos tecnológicos são subaproveitados.
Essa realidade impõe, portanto, uma pergunta desconfortável, mas urgente: até que ponto o atual modelo de monitoramento realmente protege?
Em um setor que fatura mais de R$ 12 bilhões ao ano e cresce cerca de 18% anualmente no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (ABESE), o desafio já não é mais instalar equipamentos, mas sim garantir que eles cumpram seu papel com eficiência.
E é nesse ponto que a Inteligência Artificial (IA) se torna o divisor de águas no setor. Não como substituta da operação humana, mas como reforço essencial para transformar dados em respostas imediatas e ações preventivas.
Com algoritmos que reconhecem padrões, detectam movimentos suspeitos e interpretam comportamentos atípicos, a IA elimina ruídos e reduz o tempo entre o alerta e a ação. Soluções mais recentes incorporam análise de vídeo em tempo real, capazes de identificar pessoas, objetos e veículos, mesmo em ambientes complexos. É uma camada adicional de inteligência que filtra o que importa e antecipa o que está por vir.
Na prática, isso significa monitoramento contínuo com menos desperdício e mais segurança real, o que se torna um ganho direto tanto para empresas de grande porte quanto para operações menores que antes não acessavam esse nível de tecnologia.
O diferencial, no entanto, não está apenas no uso da IA, mas em como ela se integra ao ecossistema de segurança. A convergência entre videomonitoramento, redes corporativas e softwares para a gestão dessas plataformas cria uma estrutura robusta e escalável, que pode ser adaptada ao varejo, agronegócio, condomínios, indústrias ou centros educacionais. Ao unificar hardware e software, o sistema, além de ser um conjunto de câmeras, também é uma plataforma de inteligência operacional com gestão centralizada.
Com a tecnologia assumindo tarefas operacionais, o profissional foca em decisões estratégicas enquanto o sistema atua em segundo plano, processando dados em tempo real e aumentando de forma significativa a capacidade de prevenção.
Segurança não se resume apenas em monitorar, mas, sim, em antecipar riscos, reagir com precisão e garantir proteção efetiva. A aplicação da Inteligência Artificial nesse contexto deixou de ser diferencial para se tornar uma necessidade. Quem entende essa mudança não apenas eleva a eficiência da operação, mas constrói ambientes mais seguros e preparados para os desafios do presente e do futuro.
*Ricieiri Piovezan é gerente sênior da operação da VIGI by TP-Link, marca B2B do sistema de vigilância corporativa inteligente.
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