A deputada Janaina Riva (MDB) defendeu que o Brasil dê início ao debate sobre pena de morte e prisão perpétua para assassinos de mulheres, como forma de frear os feminicídios no país. Com Mato Grosso entre os 11 estados que mais matam mulheres, conforme o último Anuário Brasileiro de Segurança Pública, a deputada acredita que a aplicação de leis mais duras, como a condenação por até 40 anos, não estanca o problema nacional.
Poucas horas após o mais recente feminicídio registrado em Mato Grosso, que tirou a vida de Ana Paula Abreu, 33, com mais de 15 facadas, na tarde deste domingo (24), em Sinop (500 km ao norte de Cuiabá), a emedebista expressou sua indignação e tristeza pelo crime e expôs sua opinião.
“Perdemos mais uma mulher vítima de feminicídio em um dos estados que mais matam mulheres proporcionalmente no Brasil. A vítima agora é Ana Paula de Abreu. Ela era casada com seu assassino, Lucas França, no município de Sinop. Foram mais de 20 facadas. Deixo minha solidariedade à família de Ana Paula e digo a vocês que, às penas mais duras, não tem resolvido. Nós precisamos discutir a pena de morte e a prisão perpétua no Brasil, não temos mais outro caminho para barrar os crimes contra mulheres em nosso país e especialmente em nosso estado”, disse a deputada.
Janaina ainda ressaltou o contraste entre a violência do assassino e as demonstrações de carinho que a vítima fazia em suas redes sociais. A deputada ainda reforçou que mulheres devem estar atentas aos sinais de violência e que a denúncia é uma ferramenta essencial para identificar e ajudar mulheres em situação de risco.
“E há quatro dias, Ana Paula fez uma homenagem para ele nas suas redes sociais, dizendo que ele era o homem da vida dela. Que ele era quem a fazia sorrir. Infelizmente, o feminicídio não tem classe social, nem cor. E nós, mulheres, precisamos entender que a partir do momento que existe uma agressão verbal, que tem uma agressão física, que existe violência financeira, violência psicológica, não está certo. É preciso denunciar, para que assim nós possamos rastrear mulheres em situação de vulnerabilidade, risco de violência”, finaliza.
O número de vítimas de feminicídio aumentou em 11 estados. Alagoas, Amazonas, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Roraima e São Paulo registraram, juntos, 757 feminicídios em 2024 – 50,7% do total dos registros no país. No ano anterior, esse conjunto de estados tinha registrado 637 mortes do tipo, valor 18% mais baixo do que o atual.
Em 2024, foram 100 mulheres mortas no estado, representando uma taxa de 5%.
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