O pedido de instauração da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), de autoria da deputada estadual Edna Sampaio (PT), para investigar o aumento dos feminicídios no estado, identificar os responsáveis nas diferentes esferas federativas e propor políticas públicas eficazes de combate à violência começa a sair do papel. Pelo segundo ano consecutivo, Mato Grosso é o estado que mais mata mulheres no país.
Protocolado na última semana pela petista, a CPI conta com 11 assinaturas e o cronograma de trabalho será apresentado em audiência na terça-feira (26). A proposta é que a condução da CPI seja liderada por mulheres, que vivenciam diretamente a realidade da violência que aflige Mato Grosso.
Além de Edna, as deputadas estaduais Janaina Riva (MDB) e Sheila Klener (PSDB) devem compor a comissão na Assembleia Legislativa.
O requerimento já conta com as assinaturas dos parlamentares: Wilson Santos (PSD), Doutor João (MDB), Janaina Riva (MDB), Thiago Silva (MDB), Lúdio Cabral (PT), Faissal Kalil (Cidadania), Elizeu Nascimento (PL), Sheila Klener (PSDB), Eduardo Botelho (UB) e Júlio Campos (UB).
Em 2024, o Brasil registrou 1.450 feminicídios e Mato Grosso apresentou, pelo segundo ano consecutivo, a maior taxa proporcional do país. Foram 47 mulheres assassinadas por motivação de gênero, o que corresponde a 1,23 casos por 100 mil habitantes – a maior média nacional, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. O estado liderou o ranking nacional nos anos de 2023 e 2024.
No domingo (24), a fonoaudióloga Ana Paula Abreu, 33, foi morta com quase 20 facadas, pelo marido, Lucas França, em Sinop (500 km de Cuiabá). A vítima teve a vida ceifada por alguém a quem declarou seu amor, em rede social, há poucos dias.
O suspeito foi preso em flagrante.
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