Na manhã desta quinta-feira (25), o Fórum de Chapada dos Guimarães foi palco de uma roda de diálogo voltada à conscientização sobre o Acidente Vascular Cerebral (AVC), dentro do projeto “Círculos Coloridos na Saúde”. A iniciativa, promovida pelo Poder Judiciário em parceria com a rede pública de saúde, reuniu profissionais da área, lideranças comunitárias e usuários do SUS para debater os riscos, os sinais de alerta e as formas de prevenção da doença que mata uma pessoa a cada cinco minutos no Brasil.
Idealizador do projeto, o juiz Leonísio Salles de Abreu Júnior destacou que a proposta vai além da simples transmissão de informação: “Quando falamos de AVC, cada segundo importa. Trazer esse tema para o centro do círculo é reconhecer que prevenir é um ato de justiça social”. Para o magistrado, a escuta ativa e a integração entre os serviços são elementos-chave para salvar vidas: “Não se trata apenas de informar, mas de construir vínculos de cuidado que permitam uma resposta rápida e humanizada”, completou.
A atividade propôs reflexões a partir de perguntas orientadoras que despertaram empatia, senso crítico e corresponsabilidade coletiva. Questões como “Que sentimentos surgem ao saber que uma pessoa morre a cada cinco minutos por AVC?” e “Como a UBS pode atuar melhor na prevenção do AVC?” estimularam o diálogo sobre os desafios enfrentados no dia a dia dos serviços de saúde.
Durante o encontro, foi reforçada a importância do reconhecimento rápido dos sinais de AVC — como sorriso torto, dificuldade para levantar os braços e fala enrolada — e da ligação imediata para o SAMU (192). O atendimento rápido é essencial, especialmente nos casos de AVC isquêmico, que representa 85% dos registros, onde a administração da medicação trombolítica deve ocorrer em até 4h30 após o início dos sintomas. Já nos casos de AVC hemorrágico, o socorro imediato é crucial para controle da pressão e avaliação cirúrgica. Cada minuto sem atendimento pode causar a perda de até 1,9 milhão de neurônios.
O debate também abordou os tipos de AVC, a importância de exames como a tomografia para definição do tratamento, e a adoção precoce de ações de reabilitação, ainda no ambiente hospitalar. Os profissionais foram orientados a manter um cuidado integral e contínuo, que envolva desde o atendimento emergencial até o acompanhamento preventivo e a reabilitação pós-evento.
Outro ponto de destaque foi a prevenção secundária, com ênfase no controle de fatores de risco como hipertensão, diabetes, colesterol alto, fibrilação atrial, além da necessidade de abandonar hábitos como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. A adesão ao tratamento medicamentoso e à reabilitação foi apontada como fundamental para evitar novos episódios.
Mais do que uma atividade técnica, o encontro funcionou como espaço de escuta, troca de experiências e construção de soluções práticas. Através da metodologia dos círculos restaurativos, o projeto busca transformar a relação entre usuários e o sistema público de saúde, promovendo um ambiente mais acolhedor, cooperativo e centrado na dignidade e na vida.
A ação reafirma o papel estratégico dos profissionais da atenção básica e o compromisso do Poder Judiciário com práticas de cuidado humanizado e justiça social, fortalecendo a rede de proteção à saúde da população chapadense.
Entre no grupo do Alô Chapada no WhatsApp e receba notícias em tempo real