A Praça Dom Wunibaldo fala a língua do mundo. O som, o colorido e a animação dos bares que a circundam, seduzem a todos, até os vagalumes. Pensamentos alcançam os céus, nas asas dos inúmeros pássaros, que ali fazem seus ninhos.
Tudo parece tão novo a cada momento da vida e a cada hora do dia; faça chuva, faça sol, faça neblina, faça cerração, em qualquer época, quaresma ou carnaval. A brisa traz uma nova canção e todos viajam em alto astral.
Há no ar uma sensação de paz, de que só a Chapada é capaz, estimulando a convivência entre todos seres viventes: animais e plantas, homens e crianças, pessoas de todas as idades.
A brisa solene tece elogios a tudo que é belo, no verde perene, branco, azul e amarelo, uma verdadeira sinfonia de cores.
Nosso bispo D. Wunibaldo, que deu nome à Praça, deve sempre ser lembrado, pois inúmeras foram suas obras em prol da população chapadense. Nossos povos ancestrais caminharam de mãos dadas com o abnegado religioso, que aqui chegou vindo de sua terra natal na Alemanha, com valorosa equipe, na época do final da segunda guerra mundial fazendo assim, surgir uma nova Chapada.
Naquele povoado encontrou uma igreja em ruínas, que fora construída em 1779, sendo inaugurada pela família real portuguesa, em 31 de julho daquele mesmo ano. Prestes a desabar, clamava por reparos urgentes. Ao seu redor observava-se trieiros lamacentos, onde pastavam animais. E as moradias, muito simples, eram em sua maioria de adobe, cobertas de sapé.
No centro da Praça havia um enorme buracão, de onde os portugueses que ali estiveram, retiravam a terra para construir as paredes de taipa socada. Com o tempo, este buracão foi aos poucos sendo aterrado, dando origem ao início da Praça.
Os habitantes do local sempre foram pessoas cristãs, unidas, honradas e laboriosas. Foram educados em grande parte, pelo jesuíta da ordem dos Loyolas, padre José Maria do Sacramento, conhecido como Padre Preto, devido à cor escura de sua pele. Este sacerdote combateu o mandonismo dos “coronéis”, protegendo o povoado contra o perigo de garimpeiros, índios selvagens e ciganos.
A alma do povo nativo, jovens e velhos de hoje, viajantes e artistas acomodados sob as sombras de árvores centenárias e frondosas, ao ouvir o badalar dos sinos do hoje Santuário de Nossa Senhora Sant’Ana, cantam e agradecem juntos: viva D. Wunibaldo!
João Eloy é chapadense, médico, professor, escritor, compositor, músico, apresentador do Programa Varanda Pantaneira e articulista do Alô Chapada.
O Alô Chapada não se responsabiliza pelas opiniões emitidas neste espaço, que é de livre manifestação
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