Cuiabá completa hoje (8 de abril) 306 anos, marcada pela fé e religiosidade de seu povo, que desempenharam um papel central na formação da identidade cultural da cidade. Esses valores estão profundamente entrelaçados com a história e o cotidiano de seus habitantes, refletindo até hoje e se manifestando de diversas formas, desde a grandiosidade das igrejas católicas, passando pelas feiras com artigos religiosos, até as tradicionais festas de santos que atraem milhares de fiéis. Tudo isso se tornou uma das marcas mais significativas do povo cuiabano, se expressando em diferentes aspectos do dia a dia.
Padre Deusdédit de Almeida, sacerdote responsável pela administração da Catedral Basílica de Cuiabá, que abriga o padroeiro da cidade, Senhor Bom Jesus de Cuiabá, explica que a devoção se popularizou durante o período colonial e faz parte da construção da identidade de uma cidade forte. Na rica cultura cuiabana está escondida uma fé muito viva, verdadeira e pura. Isto porque, desde sua fundação, Cuiabá se transformou num repositório incomparável de religiosidade, devoções, fé e na relação que seu povo estabelece com a fé e com a religiosidade, esclarece ele.
O padre lembra que essa fé pode ser vista, por exemplo, nas grandes edificações de igrejas construídas desde a época da colonização, que hoje são alguns dos cartões-postais mais populares da cidade. Ele destaca que, além das antigas igrejas, mesmo com o tempo avançando e a cidade se modernizando, essa religiosidade ainda continua presente de maneira viva no cotidiano dos cuiabanos, como nas feiras, como a da Praça da Matriz, ao lado da igreja, nas celebrações das festividades religiosas, como a Festa de São Gonçalo, que atrai centenas de fiéis anualmente, e na tradicionalíssima Romaria de Nossa Senhora do Bom Despacho, que remonta a séculos de devoção, além das práticas culturais, como a culinária típica, que em muitos casos é influenciada pelas festividades religiosas.
O historiador Suelme Evangelista Fernandes explica que a origem dessa devoção cuiabana remonta aos primeiros tempos da colonização, quando havia a intenção de expandir a fé católica do rei de Portugal para as Américas.
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