O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), onde morreram ao menos 16 aves apreendidas na casa do ex-ministro da Justiça Anderson Torres, já recebeu dois pedidos da defesa de Torres para que os animais fossem devolvidos. O Ibama fez duas operações na casa de Torres no início deste ano, quando ele estava preso.
Nesta segunda-feira (18/12), a coluna mostrou que ao menos 16 das 55 aves apreendidas pelo Ibama morreram sob a guarda do órgão ambiental. Segundo um laudo da Polícia Federal, 13 morreram entre 18 de abril e 24 de maio e não haviam passado por perícia. O Ibama alegou que os pássaros chegaram ao local “debilitados”, mas não informou quantos.
Em 28 de abril, dez dias após a apreensão do Ibama, a defesa de Anderson Torres fez o primeiro pedido ao Ibama para que as aves voltassem à casa do ex-ministro enquanto o caso era apurado. A solicitação foi refeita, desta vez no último dia 28. Os dois documentos foram carimbados por servidores do órgão, que não respondeu a nenhum dos pedidos.
Questionado por que não respondeu à defesa de Torres, o Ibama não comentou. Afirmou apenas que as autuações de infração ambiental não foram questionadas judicialmente.
No início deste mês, Torres foi indiciado pela PF pelos supostos crimes de maus-tratos contra as aves silvestres, falsidade ideológica e criação irregular de pássaros. O MPF pediu que o caso corra na Justiça Estadual, e passe a ser investigado pela Polícia Civil. Ainda segundo o MPF, nenhum animal ameaçado de extinção foi apreendido. Torres nega qualquer irregularidade e diz ser um criador reconhecido de aves. Procurado, Anderson Torres não respondeu. O espaço está aberto a eventuais manifestações.
* Guilherme Amado - Metróples
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