Janeiro já ficou para trás. Mas a funcionária que me serviu o café, comentou que o último janeiro parecia não ter fim.
Alertei-a de que janeiro se contrapunha a fevereiro, o mês mais curto do ano. No entanto, neste ano — por ser bissexto —, fevereiro ficará mais risonho: terá vinte e nove dias.
Ela fez um desdém à minha informação, pensando por certo nos ‘feriados’ fartos do carnaval!
Sabe ela que, tão logo vire a folha do calendário, vai cair na semana pré-carnavalesca. Serviços, só os essenciais. É o maior feriadão do planeta!
Seu término bate com a Quaresma, povoada de feriados cristãos.
Para nós, não existe mês longo e curto. Os meses se equivalem em dias úteis e no ‘frigir dos ovos’, ganham os curtos.
Janeiro nos ‘assusta’ por possuir trinta e um dias, precedido pelo mês de grandes festas: dezembro.
Se essa estratégia está ‘dando certo’, qual a razão de modificar?
Grande parte de nossa população está satisfeita com esse mundão de feriados. E cá pra nós, não lhes faltam motivos!
A título de comprovação, poderia citar nosso futebol, com seus vários torneios nacionais. Além dos internacionais, que são três. No geral a decisão ocorre no exterior, bem às vésperas do Natal!
É muita brincadeira, num país ‘brincalhão’! Das suas eleições majoritárias — até delas! —, faz um brinquedo de mau gosto.
Não é por acaso que nosso país emerge como o mais endividado da América do Sul, no dizer dos periódicos.
Deixamos de investir na saúde e na educação para lançar no futebol — tão só no profissional — nossas economias todas.
E minha funcionária ainda reclama do fato de ‘janeiro’ possuir trinta e um dias! Esquece-se ela de que o feriado do seu primeiro dia é para ‘curar a ressaca’, do dia anterior.
Sorte teve a cidade de São Paulo e do Rio de Janeiro: emplacaram, na terceira e quarta semanas de janeiro, o feriado do aniversário da cidade.
Nossa querida Cuiabá, bem que gostaria de ‘trocar’ o dia do seu aniversário — 8 de abril — pelo feriado de Tiradentes.
Esse calendário que ganhei, está cerimonioso com o uso do vermelho em seus números, indicativos de feriado.
Sei que o Palácio Municipal decretará ponto facultativo, o que vem a dar no mesmo: muitos não irão trabalhar.
Se é assim que caminha a humanidade, assim também vão nossos belos dias, embalados numa ‘agradável ociosidade’.
Gabriel Novis Neves é médico e ex-reitor da UFMT e compartilha os seus textos com o Alô Chapada.
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31-01-2024
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Priscila 19/02/2024
Enquanto o dinheiro que investimos em impostos, forem na sua maior proporção investido em carnaval, futebol e questões que entram na seara da politica( viagens, paletós, mais tudo o que se sabem, porém, fecham-se os olhos) deixando um percentual ínfimo para educação, teremos sempre este tipo de pensamento por alguns dos nossos irmãos que foram moldados na cultura de “Panem at circenses”.
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