Recentemente foi noticiado o triste desfecho da morte de uma moradora em decorrência de um acidente ofídico por uma espécie de jararaca endêmica na região (popularmente conhecida como jararaca rabo de osso), apesar do pronto atendimento ter realizado o procedimento padrão para o caso, quer seja, a aplicação do soro antibotrópico. Em seguida a paciente foi transferida, via ambulância para a capital do estado, acompanhada pela médica de plantão, para a realização de exames adicionais em condições estáveis, segundo os relatos. Após dar entrada no Hospital Municipal pronto Socorro de Cuiabá (HMC), a vítima do acidente não resistiu a duas paradas cardíacas e faleceu, provavelmente em decorrência de hemorragia interna, visto que o principal efeito nos casos de venenos de jararaca é provocar alterações na coagulação sanguínea.
Essa fatalidade nos desperta o alerta, estamos em uma cidade onde frequentemente ouvimos relatos de avistamentos de serpentes venenosas no seu entorno, nas proximidades das casas, em bairros como na entrada da Água Fria, Jardim da Mata, Florada da Serra, dentre outros e no Vale do Jamacá, sendo que, neste último, além dos avistamentos, já ocorreram outros acidentes com serpentes venenosas, mas que felizmente, foram revertidos com sucesso e as vítimas tiveram suas vidas preservadas.
Devemos acender um alerta... esses casos ocorridos são mais do que suficientes para motivar os agentes públicos a uma tomada de atitude em relação ao fato. Esse tema deve fazer parte de campanhas educativas? Reavaliação dos procedimentos de pronto atendimento? Seria isso necessário? Como evitar novas mortes?
Vislumbramos a necessidade de uma tomada de atitude para evitarmos que essas tristes notícias tomem espaço nas páginas e noticiários de rádio e TV e que tragam dor e sofrimento às famílias que perdem entes queridos e ficam em busca de uma explicação para esse desfecho trágico. São mortes que podem ser evitadas? Existe um sistema de vigilância contra acidentes ofídicos na região? o que fazer no caso de avistamento de serpentes venenosas? O que fazer no caso de acidentes ofídicos? Podemos transformar esse problema em solução por meio da criação de um centro de recolhimento de serpentes e produção de soro antiofídico na cidade? São questionamentos que os cidadãos estão fazendo após o desfecho trágico que foi noticiado.
Neyres Zinia Taveira de Jesus é Farmacêutica, Dra em Farmacologia de Produtos naturais e sintéticos Biioativos pela UFPB, professora do curso de medicina da UNEMAT e farmacêutica da SES-MT, produtora do projeto Cultural São Lua de Chapada dos Guimarães e escreve a coluna Saúde e Bem Estar para o Alô Chapada.
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