13 de Agosto de 2025
Quarta-feira, 13 de Agosto de 2025
facebook instagram youtube twitter whatsapp
Chapada dos Guimarães
icon-weather
Quarta-feira, 13 de Agosto de 2025
facebook instagram youtube twitter whatsapp
Chapada dos Guimarães
icon-weather

Geral Terça-feira, 12 de Agosto de 2025, 14:00 - A | A

Terça-feira, 12 de Agosto de 2025, 14h:00 - A | A

ARQUEOLOGIA

Cidade submersa descoberta em Cuba desafia história, mas permanece ignorada por 25 anos

Suposta metrópole encontrada em 2001 a 800 metros de profundidade nunca foi investigada a fundo; ceticismo científico, tensões políticas e teorias de conspiração envolvem o caso

Por Felipe Sales Gomes

Em 2001, a engenheira marinha Paulina Zelitsky e seu marido, Paul Weinzweig, da empresa canadense Advanced Digital Communications (ADC), relataram uma descoberta extraordinária que poderia abalar para sempre os fundamentos da história humana: a possível existência de uma cidade submersa a cerca de 800 metros de profundidade, perto da Península de Guanahacabibes, em Cuba.

Registros de sonar captados na região revelaram o que pareciam ser pirâmides, estruturas circulares e formações geométricas que, segundo os exploradores, lembravam os restos de uma antiga civilização. Especialistas especularam que as estruturas poderiam ter mais de 6 mil anos — o que as tornaria anteriores até mesmo às pirâmides do Egito.

É uma estrutura realmente maravilhosa que parece ter sido um grande centro urbano”, declarou Zelitsky à época.

Controvérsia
Entretanto, o que poderia ter sido o início de uma revolução arqueológica foi rapidamente engavetado. Nenhuma expedição significativa retornou ao local nos últimos 25 anos, e as evidências coletadas permaneceram inconclusivas.

O ceticismo da comunidade científica foi um dos fatores que impediram avanços. Geólogos e arqueólogos alertaram que seria necessário pelo menos 50 mil anos para que uma cidade afundasse a tamanha profundidade devido ao movimento das placas tectônicas. Isso colocaria a suposta civilização muito antes da existência de sociedades urbanas conhecidas.

Seria totalmente irresponsável afirmar o que são aquelas estruturas sem provas concretas”, disse Zelitsky em entrevista à BBC em 2001.

O geólogo cubano Manuel Iturralde-Vinent, do Museu de História Natural de Cuba, também se mostrou cético, ressaltando que as formações podem ser naturais. “É estranho, é bizarro; nunca vimos algo assim antes e não temos uma explicação”, declarou ao Washington Post.

Apesar da cautela científica, usuários nas redes sociais têm mantido a história viva. Muitos acreditam que o local poderia ser a lendária Atlântida e alegam um possível acobertamento para esconder a existência de civilizações anteriores ao período glacial.

A teoria do silêncio também se apoia no contexto político. A empresa ADC realizou a expedição com autorização do governo de Fidel Castro, mas, desde então, o interesse institucional cubano se dissipou. Além disso, uma missão internacional prevista em 2002 foi cancelada por falta de financiamento, como revelou a oceanógrafa Sylvia Earle.

Casos similares reforçam o debate sobre o desconhecido na arqueologia. Estruturas como Göbekli Tepe, na Turquia — datadas de até 9.500 a.C. —, e o monumento subaquático Yonaguni, no Japão, continuam desafiando cronogramas históricos tradicionais.

Enquanto isso, as ruínas cubanas seguem no fundo do mar, envoltas em silêncio, dúvida e fascínio.

Leia o material também no site Aventuras na História.

 

Entre no grupo do Alô Chapada no WhatsApp e receba notícias em tempo real 

Volte para capa do Alô Chapada

Comente esta notícia