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Geral Terça-feira, 12 de Agosto de 2025, 08:31 - A | A

Terça-feira, 12 de Agosto de 2025, 08h:31 - A | A

VOZES DOS TERRITÓRIOS

Mais de 400 mulheres indígenas participam de conferência nacional em Brasília

Do Gazeta Digital

Mais de 400 mulheres indígenas de Mato Grosso marcaram presença na 1ª Conferência Nacional de Mulheres Indígenas e na IV Marcha das Mulheres Indígenas, realizadas em Brasília. A delegação foi organizada pela Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt) e contou com apoio do Programa REM MT, que viabilizou o deslocamento e a participação das indígenas no evento.

Com o tema “Nosso corpo, nosso território: somos as guardiãs do planeta pela cura da terra”, a mobilização reuniu cerca de 5 mil mulheres indígenas de todos os biomas brasileiros. Promovido pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (ANMIGA), com apoio do Governo Federal, o evento representou um marco na luta pelos direitos das mulheres indígenas e pela construção de políticas públicas específicas.

 

Durante a conferência, foram debatidos cinco eixos centrais: saúde indígena, educação, direitos e enfrentamento às violências, gestão e proteção territorial e mudanças climáticas. Esses temas foram definidos a partir da escuta das mulheres nos territórios, como explica Maria Anarrory, do povo Yudjá e coordenadora do Departamento de Mulheres da Fepoimt:

“É a nossa primeira conferência nacional e nós já tínhamos realizado a nossa assembleia e feito alguns encaminhamentos. Agora elas vieram, muitas pela primeira vez, e estão tendo esse entendimento de como se constrói políticas públicas a partir das demandas do território. Elas estão contentes e muito participativas”.

Como resultado das discussões, foram elaboradas 49 propostas e, ao final da conferência, foi lançada a Carta Pela Vida e Pelos Corpos-Territórios, que servirá de base para a criação da Política Nacional para Mulheres Indígenas.

Além das atividades da conferência, parte da delegação também aproveitou a viagem para cumprir agendas estratégicas, como encontros na FUNAI, SESAI, ministérios e embaixadas, buscando apoio para projetos e ações nos territórios. Para Eliane Xunakalo, do povo Bakairi, presidente da Fepoimt e cofundadora da ANMIGA, o momento é de articulação política:

“Nós viemos com uma delegação de Mato Grosso com 400 mulheres e suas instituições e organizações das 7 regionais do estado. Aqui é um momento de ecoar nossas vozes, trazer às nossas demandas, propor soluções e pensar políticas para o presente e o futuro. O apoio do REM foi importante para o deslocamento dessas mulheres, pois nós temos um estado imenso, com territórios distantes e esse deslocamento precisa de combustível, frete, alimentação. Então estamos gratas ao REM e a todos os nossos parceiros que contribuíram com a delegação de Mato Grosso”.

O evento contou também com a presença de importantes autoridades, como as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Margareth Menezes (Cultura) e Márcia Lopes (Mulheres), além da deputada federal Célia Xakriabá e da presidente da FUNAI, Joenia Wapichana.

A programação foi encerrada com a IV Marcha das Mulheres Indígenas até o Congresso Nacional, em um ato que destacou a urgência da luta pela preservação da vida e da biodiversidade. Para Iranildes Mandicai, do povo Bakairi, a mobilização teve grande impacto:

“A conferência está sendo muito boa. Estão sendo apresentadas várias temáticas diferentes e importantes para os povos indígenas e as mulheres indígenas. O REM é um parceiro de muito tempo e eu agradeço por até hoje estar conosco, especialmente no apoio à Fepoimt”.

A jovem comunicadora Tailane Cristina, do povo Haliti-Paresi, também destacou a importância da participação das juventudes: “É a quarta marcha que participo, e cada uma traz novos aprendizados. Nós da base, como juventude, mostramos a importância de demarcar Brasília, para que os não indígenas nos respeitem também”.

Para Caroline Makiru Taukane, do povo Bakairi, conselheira regional Cerrado/Pantanal da Fepoimt Mulher, a presença das delegadas mato-grossenses é um marco:

“Está sendo um momento histórico. Estar aqui com mais de 400 delegadas de Mato Grosso é inédito. Agradecemos ao Programa REM MT por esse incentivo, por colaborar para que possamos discutir políticas públicas para nós, mulheres indígenas de Mato Grosso e do Brasil.”

O apoio do Programa REM MT aos povos indígenas, promovendo a participação dos povos nas discussões nacionais e na construção de políticas públicas reafirma o compromisso do programa no fortalecimento das organizações indígenas e na valorização do protagonismo das mulheres na defesa dos territórios, da cultura e da vida.

CONHEÇA O REM MT

O Programa REM MT é uma premiação dos governos da Alemanha e do Reino Unido, por meio do Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW), ao Estado de Mato Grosso pelos resultados na redução do desmatamento.

Na fase I do Programa REM MT, foram apoiados 157 projetos, beneficiando 144 organizações sociais, entre elas, 114 associações ou cooperativas. Os projetos abrangem os três biomas de Mato Grosso: Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Dentre os resultados alcançados pelo programa, se destacam as 603 aldeias atendidas, onde vivem 43 povos indígenas, os 107 municípios mato-grossenses beneficiados, as mais de 35 mil pessoas atendidas e os 160 mil hectares de desmatamento evitados em Mato Grosso por meio da atuação do REM MT, nos anos de 2021 e 2022.

O Programa REM MT é coordenado pelo Governo do Estado de Mato Grosso, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (SEMA), e tem como gestores financeiros o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO) e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS). Para sugestões, reclamações ou esclarecimentos, fale com a ouvidoria da SEMA pelo telefone: 0800 065 3838 ou (65) 99321-9997 (WhatsApp) .

 

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