O aleitamento materno é uma importante fase para o desenvolvimento saudável do recém-nascido. “Nos primeiros dias, o bebê recebe o colostro, um leite riquíssimo em anticorpos, proteínas e fatores de defesa. Ele é considerado a primeira vacina do recém-nascido”, afirmou a neonatologista e coordenadora do Banco de Leite Humano do Hospital Anchieta Taguatinga, Mariana Palhares Temer. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o aleitamento exclusivo — sem a necessidade de água, chás ou outros alimentos — até os seis meses, e de forma complementar até, no mínimo, 2 anos.
Os benefícios da amamentação não atingem apenas os bebês. O processo de amamentação também ajuda na recuperação pós-parto, reduz o risco de câncer de mama e ovário, o risco de hemorragia pós-parto, além de fortalecer o vínculo com o filho.
Entretanto, muitas mulheres ainda enfrentam dificuldades. “A pega incorreta, dores, insegurança sobre a produção e a falta de apoio são barreiras reais. É por isso que o acolhimento profissional é tão importante. Orientação adequada, escuta e incentivo fazem toda a diferença”, destacou Mariana Palhares.
Mulheres saudáveis que estão amamentando podem doar. Após a finalização do cadastro e da triagem, essas mães recebem instruções sobre a coleta e armazenamento. “Em muitos casos, inclusive, a coleta é feita em casa. Uma única doadora pode beneficiar até 10 recém-nascidos”, comentou.
O que muitas pessoas não sabem é que é possível amamentar mesmo sem passar por uma gestação. A técnica pouco conhecida de indução à produção do leite materno tem ajudado inúmeras mulheres e casais homoafetivos.
A indução da produção de leite para as mães que não geraram a criança, normalmente, acontece por meio de hormônios e pela indução mecânica, com o uso de bombinhas de seios ou com a sucção da própria criança.
O mês de agosto é dedicado ao incentivo, valorização e o combate aos mitos sobre o aleitamento materno, além de estimular políticas públicas de apoio às mães. “Ainda precisamos avançar muito: ampliar a licença-maternidade e paternidade, promover salas de apoio nos ambientes de trabalho e fortalecer a rede de apoio emocional e técnico às lactantes. Amamentar não é só um ato biológico — é um compromisso coletivo com a vida”, concluiu a especialista.
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