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Fechou na Neblina Quinta-feira, 13 de Abril de 2023, 08:20 - A | A

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UNIFORME COM CÂMERAS

Elizeu ataca Wilson: "está a favor dos bandidos?"

Deputado parece não ter se atualizado sobre o assunto; dados mostram que violência diminuiu com uso de câmeras nas fardas

Da Redação

As mortes cometidas por policiais militares despencaram em 19 dos 131 batalhões do estado de São Paulo um ano depois que as ações de seus agentes começaram a ser filmadas. Dados apontam queda de 80% na letalidade policial nessas unidades após a implantação do programa Olho Vivo —que prevê a instalação de câmeras nos uniformes.

Entre junho de 2021 e maio de 2022, os 19 batalhões registraram 41 mortes por intervenção policial —contra 207 nos 12 meses anteriores ao início do programa.

Outra situação mostra que o uso de câmeras de filmagens nas fardas policiais resultou em uma queda de até 61% no uso de força pelos agentes de segurança, incluindo uso de força física, armas letais e não letais, algemas e realização de prisões em ocorrências com a presença de civis. É o que revela estudo realizado por pesquisadores das universidades de Warwick, Queen Mary e da London School of Economics, no Reino Unido, e da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro), no Brasil, com base em experimento realizado junto à Polícia Militar de Santa Catarina.

Segundo o estudo, o uso de câmeras resulta também em uma melhora na qualidade dos dados reportados pelos policiais, com maior produção de boletins de ocorrência encaminhados à Polícia Civil.

Os mesmos resultados foram obtidos pelas forças policiais norte-americanas e britânicos. E disto se beneficiam policiais e cidadãos. Para os especialistas, o uso da câmera é positivo para os agentes. “Além de diminuir a violência e morte dos policiais, o bom agente fica respaldado juridicamente quando mostra que usou todos os protocolos antes de escalar para o uso da força”, analisa o pesquisador do Núcleo de Violência da Universidade de São Paulo (NEV-USP) Daniel Edler.

Mas o deputado estadual Elizeu Nascimento (PL), parece desconhecer essa nova realidade. Ex-integrante da Polícia Militar, o parlamentar fez ataques desnecessários ao colega Wilson Santos (PSD), que durante a sessão desta quarta-feira (12), disse que o uso das câmeras poderia ajudar na investigação do caso de invasão em Confresa.

Elizeu insinuou que Wilson estaria atuando a serviço do crime. “Um deputado estadual, com a bagagem que tem, sabendo que Confresa viveu momentos de terrorismo, falar que as câmeras serão a resposta, o suficiente para resolver o problema da criminalidade, que não precisa de mais efetivo? A câmera vai trocar tiro com o bandido?; o senhor está a serviço da sociedade ou do crime organizado?”.

O posicionamento de Elizeu, que diverge dos resultados apresentados pelas forças policiais que optaram pelo uso da câmera, mostra que o deputado esqueceu de se atualizar sobre o assunto.

Câmeras nas fardas
Desde que o Projeto de Lei 619/2021, foi apresentado, ele tem sido atacado por Elizeu. De autoria do deputado Wilson Santos, o PL dispõe sobre obrigatoriedade de instalação de câmeras de vigilância em veículos, aeronaves, uniformes e capacetes dos integrantes dos órgãos de Segurança Pública do Estado.

Para Elizeu, o projeto é populista. "Ele não trás benefícios para a população, infelizmente esse tipo de projeto é um projeto populista, que caso se implante, fará com que o próprio policial se desmotive. O trabalho operacional vai cair e quem vai pagar a conta é a sociedade. Quem vai pagar é quem tem um carro roubado, quem tem uma residência furtada”, disse Elizeu em entrevista ao site O Bom da Notícia.

 

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