Um clássico que mudou a forma de ver o cinema será projetado nesta terça-feira (9), às 18h, na tela do Cine Teatro Cuiabá. Trata-se de “Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles”, da cineasta belga Chantal Akerman. Lançado em 1975, o filme foi eleito em 2022 pela tradicional pesquisa da revista britânica Sight & Sound como o melhor filme de todos os tempos, superando títulos consagrados como Cidadão Kane e Um corpo que cai.
Com 201 minutos de duração e estrelado por Delphine Seyrig, a obra acompanha a rotina minuciosa de uma dona de casa burguesa em Bruxelas. Entre panelas, faxinas e silêncios, Akerman constrói um retrato poderoso da opressão cotidiana e da violência velada que permeia a vida doméstica das mulheres.
Exibido pela primeira vez na Quinzena dos Cineastas, em Cannes de 1975, o longa segue atual e continua a provocar debates entre gerações. O crítico Richard Brody, da revista New Yorker, definiu o filme como prova de que “as vidas domésticas das mulheres são arte” e de que o confinamento ao espaço privado pode ser lido como “uma forma de violência que gera violência”.
A sessão em Cuiabá faz parte do circuito de pré-estreias da versão restaurada do longa, distribuída pela Filmicca, e os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia). A classificação indicativa é de 14 anos.
Além da exibição de Jeanne Dielman, o projeto Encontros com Cinema prepara outras sessões especiais neste mês: na quarta-feira (10), estreia o curta A casa de todas as águas, de Paula Dias e Juliana Segóvia, sobre os 15 anos de luta do Ilè Okowoò Asè Iyá Lomin’Osà contra o racismo religioso (entrada gratuita); e no dia 16, às 19h30, será exibida a versão restaurada de Carlota Joaquina, princesa do Brasil, de Carla Camurati.
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