O ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência (GADH) Marcelo da Silva Vieira afirmou em depoimento à Polícia Federal que Jair Bolsonaro (PL) participou de uma ligação em que o seu então ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid, pedia que ele assinasse um ofício visando a liberação de um estojo de joias dadas pela monarquia saudita, avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões, que havia sido retido pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos (SP).
Segundo a coluna da jornalista Andréia Sadi, no G1, Vieira, “contou que, em dezembro de 2022, Cid pediu para ele assinar um ofício que seria enviado à Receita para, nas palavras dele, solicitar a incorporação dos bens apreendidos pela presidência. Depois da negativa, os dois falaram ao telefone sobre o assunto – Vieira disse à PF não se lembrar quem fez a ligação.
Num determinado momento, segundo o funcionário contou à PF, ‘Mauro Cid colocou a ligação no modo viva-voz e pediu ao declarante para que explicasse ao Presidente da República essa situação e por que não poderia assinar’”.
Vieira ressaltou que, após ouvir as explicações técnicas das razões pelas quais ele não poderia assinar o documento, Bolsonaro teria se limitado a dizer "ok, obrigado."
Bolsonaro prestou depoimento à PF por cerca de três horas no último dia 5. Na oitiva, o ex-mandatário afirmou que ficou sabendo da existência das joias sauditas milionárias em dezembro de 2022, mais de um ano após elas terem chegado ao país e um dos três estojos - avaliado em cerca de R$ 16,5 milhões - ter sido retido pela Receita Federal.
Outros dois estojos, porém, foram introduzidos ilegalmente no Brasil e acabaram incorporados a seu acervo pessoal. Os objetos, contudo, foram devolvidos após o caso ganhar repercussão e o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar que eles fossem entregues.
*Com informações O Tempo e 247
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