Há quem pense que amar é apenas sentir: o coração acelerado, o arrepio inesperado, o encanto fácil dos primeiros dias. Mas o amor verdadeiro não se sustenta só no impulso das emoções — ele se constrói, silencioso e persistente, no cotidiano.
Amar é muito mais do que o instante do encontro; é a escolha que se repete nas manhãs comuns, quando o café é posto à mesa, quando o silêncio divide espaço com o jornal ainda dobrado, quando o olhar, mesmo distraído, insiste em permanecer.
Não é difícil amar quando tudo floresce. O desafio está em continuar regando o jardim quando as pétalas caem, quando a rotina pesa e a vida exige mais do que palavras bonitas. Amar é atravessar os dias nublados de mãos dadas, mesmo quando o vento sopra contrário.
Amar é compreender que ninguém é inteiro, que todos carregamos falhas e cicatrizes, e ainda assim decidir ficar. É cuidar do outro em sua ausência de si, é respeitar quando a diferença grita, é permanecer quando seria mais fácil partir. O momento mais difícil na vida de alguém que está ao seu lado é quando a doença chega. É quando você mostra que está ali, com todas as dificuldades, e decide permanecer, segurando a mão da pessoa amada e dizendo que estarão juntos nesta ou em qualquer outra caminhada.
O amor não se revela apenas nas grandes declarações, mas nos gestos discretos, quase invisíveis: no abraço que consola, no ouvido que acolhe, na paciência que se renova. Amar é verbo — e o verbo pede ação.
Por isso, amar não é só sentir. É escolher todos os dias cuidar, respeitar e permanecer. Porque é justamente nos momentos difíceis que o amor mostra sua verdadeira força.
*Soraya Medeiros é jornalista com MBA em Marketing, formação em Gastronomia e certificação como sommelier. Une comunicação, estratégia e enogastronomia.
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