Em relação a situação do portão do inferno, tem me preocupado o fato de ser citado ali como sendo "deslizamento", enquanto na verdade o processo que está acontecendo é Queda de blocos.
O Deslizamento - São movimentos rápidos, com volumes definidos, deflagrados em porções inclinadas do terreno. Neles há deslocamento descendente de solo, rocha e/ou material orgânico sob a ação da gravidade (TOMINAGA, 2012b).
Ou seja, normalmente ocorre em áreas com solo e rocha, e esse material devido ao volume elevado de chuva, se comportar momentamente de forma líquida-plástica, e desliza pela encosta.
Já a queda de blocos: Brunsden e Prior (1984) definem a queda de blocos rochosos como todo movimento de material por meio de queda livre abrupta em encostas muito íngremes e precipícios, em que o material é desprendido sob a forma de blocos. Um bloco de rocha que já tenha sido transportado pode ser remobilizado; esse tipo de movimentação secundária é observado em depósitos de tálus.
Ou seja, queda de blocos é quando blocos de rocha se soltam em regiões onde existe uma declividade elevada.
A classificação correta do processo é algo muito importante para definir quais as medidas de prevenção monitoramento que devem ser realizadas.
A atual medida de interdição da rodovia quando existem chuvas superiores a 20 mm, poderia fazer sentido caso fosse um deslizamento. Mas a medida não faz sentido para queda de blocos.
Por isso é muito importante que a SINFRA e o governo do estado compartilhem com a sociedade os estudos técnicos que estão fundamentando as decisões.
Espero que não estejam realizando uma classificação errada, e com isso medidas erradas também.
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Jorge Amádio Fernandes Lima 04/01/2024
O Estado de Mato Grosso deveria fazer uma ponte estaiada, como a ponte Sérgio Motta, sobre o portão do inferno. Seria emocionante passar de carro sobre aquele vão natural lindo.
1 comentários