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Meio Ambiente Terça-feira, 28 de Março de 2023, 07:17 - A | A

Terça-feira, 28 de Março de 2023, 07h:17 - A | A

PEQUENAS USINAS

Potencial de investimentos chega a R$ 50 bilhões

Seriam 384 empreendimentos a mais com a geração de novos 4.910,82 megawatts de energia

Ascom/Abrapch

A região Centro-Oeste do Brasil tem potencial para alavancar R$ 50 bilhões em investimentos privados com a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs). A estimativa, da Abrapch (Associação Brasileira de PCHs e CGHs), tem como base dados de estudo do inventário hidrelétrico disponibilizados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que informam a possibilidade de implantação de 147 PCHs e 30 CGHs nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Tocantins.

"Seriam 384 empreendimentos a mais com a geração de novos 4.910,82 megawatts de energia. Considerado que o custo para cada megawatts de energia instalada gera em torno de R$10 milhões, os investimentos chegariam a quase R$50 bilhões com a geração de, aproximadamente, 302 mil empregos diretos", informa a presidente da Abrapch, Alessandra Torres de Carvalho.

Apenas em Goiás o inventário hídrico aponta possibilidade de 177 novos empreendimentos, a geração de 2.456 MW (PCH e CGH) e investimento de R$24 Bilhões. Já Mato Grosso tem potencial para 139 pequenas usinas, 1.756 MW e R$17,5 bilhões em investimentos; no Mato Grosso do Sul seriam 42 empreendimentos, 616 MW e R$6 bilhões em investimentos. Já para o Tocantins o potencial hídrico permite a construção de 26 pequenas usinas, 200 novos megawatts e R$2bilhões em investimentos.

O potencial hídrico do Brasil e a relevância das pequenas usinas para todas as regiões do país serão discutidos nos próximos dias 29 e 30 de março, em Brasília, durante a VI Conferência Nacional de PCHs e CGHs. O evento - que reunirá técnicos, empreendedores, autoridades do setor elétrico e especialistas - terá sessões sobre aspectos regulatórios, socioambientais, econômicos e políticos da implantação e operação de PCHs e CGHs.

"Na oportunidade também iremos propor a evisão do  Plano Decenal de Expansão de Energia e criação de um Programa Prioritário de Pequenas Hidrelétricas Ambientalmente Sustentáveis (PPPHS)", adianta Alessandra.

Cenário Nacional

O Brasil tem um potencial para investimentos da ordem de R$131 bilhões no setor de PCHs e CGHs.  Nos últimos cinco anos 65 Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e 52 Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) -- que produzem até 50 megawatts de energia -- entraram em operação no Brasil, totalizando 938,81 MW de potência instalada. Ao todo, as 117 pequenas usinas geraram um investimento de R$7,9 bilhões em diferentes regiões. 

No entanto, cerca de 110 PCHs e CGHs estão em construção ou aguardando licenciamento. Dados -- da ANEEL), obtidos pela Abrapch -- apontam que 594 pequenas usinas estão em fase de Despacho de Registro de Intenção à Outorga de Autorização (DRI) ou Declaração de Reserva de Disponibilidade Hídrica (DRS), para que o interessado requeira o Licenciamento Ambiental pertinente nos órgãos competentes na ANEEL. Outros 598 processos encontram-se em estágio de eixo disponível, que quer dizer aptos para usuários interessados no desenvolvimento de estudos de inventário hidrelétrico.

"Estes 1.192 processos na ANEEL comprovam que o Brasil tem potencial para expandir a sua capacidade de geração de energia renovável proveniente de Pequenas Centrais Hidrelétricas em aproximadamente 300%”, completa o vice-presidente da Associação Brasileira de PCHs e CGHs (Abrapch), Ademar Cury da Silva .

Ele reforça que, com um maior investimento em PCHs e CGHs é possível diminuir a geração de usinas termelétricas, fazendo com que o Brasil produza uma energia mais limpa e mais barata.

“Vamos reforçar a pauta da necessidade de uma maior isonomia tributária e de incentivos em relação às outras fontes, para a viabilização comercial dos projetos disponíveis” , disse.

Atualmente, as PCHs e CGHs somam juntas 5.560 megawatts (MW) de energia gerada. São 1.046 usinas em operação no país.

Entre as vantagens das PCHs e CGhs estão a geração próxima à carga, redução de perdas, menores investimentos em transmissão, tecnologia 100% nacional, desenvolvimento científico/tecnológico, geração de empregos e capacidade de regularização das vazões dos rios, irrigação e abastecimento humano nos setores agropecuário e de saneamento básico.

A Conferência

A Conferência terá sessões plenárias, painéis com líderes de mercado e autoridades, conteúdo técnico e aprofundado, além de exposição, serviços, soluções, tecnologia e a oportunidade de networking.

Já estão confirmados como palestrantes a Chefe da Assessoria Especial de Meio Ambiente, Ministério de Minas e Energia, Maria Ceicilene Aragão Martins; o Diretor Financeiro Executivo, ITAIPU Binacional, André Pepitone; o Diretor de Regulação e Comercialização, Eletronorte Luiz Laércio Simões Machado Júnior; o especialista em Regulação, ANEEL, Davi Rabelo Viana Leite; e o membro do conselho consultivo, FMASE e Diretor, Econservation, Ênio Fonseca.

A programação completa pode ser conferida no site e as inscrições ainda podem ser feitas, mas as vagas são limitadas.

 

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