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Geral Quarta-feira, 14 de Maio de 2025, 16:00 - A | A

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resistência pela liberdade

Terreiro de MT celebra 15 anos com documentário contra racismo religioso

Do Gazeta Digital

Na luta contra o racismo religioso, o Ilè Okowoò Asè Iyá Lomin' Osà é palco das gravações de um curta-metragem documental sobre sua história de resistência pela liberdade das religiões de matriz africana em Mato Grosso. O documentário tem previsão de lançamento para o mês de agosto em celebração aos 15 anos de atividades do terreiro de Candomblé de nação Ketu.

O curta-metragem, que está na fase de produção, é uma realização do Aquilombamento Audiovisual Quariterê. Dirigida por duas mulheres negras, Juliana Segóvia e Paula Dias, a obra é símbolo de uma “resistência audiovisual” para reivindicação de direitos e disputará espaço em mostras estaduais e nacionais.

“O documentário traz enquanto construção da narrativa audiovisual uma leitura poética e intimista, tanto na concepção fotográfica quanto na dimensão sonora, que irá compor uma outra forma de desenvolvimento documental”, disse Segóvia.

Fundada em julho de 2010 no bairro Jardim Universitário em Cuiabá, a casa de axé é ao mesmo tempo um templo religioso e um espaço cultural. Com biblioteca temática e acervo voltado à história da população negra e à luta das religiões afro-brasileiras, o espaço realiza oficinas, encontros e produz cartilhas contra preconceitos raciais, religiosos, de gênero, orientação sexual e de classe.

O histórico da atuação do terreiro será o foco da obra documental em uma narrativa que mescla relatos dos fundadores e das novas gerações. A produção abordará temas como as estratégias de resistência em meio a cenários de racismo religioso e a salvaguarda de tradições orais mirando uma mensagem de esperança para um futuro menos intolerante.

Líder religioso da casa de axé, babalorixá Bosco ty Xangô aponta que o documentário contará a luta do ilê cuiabano, mas que representará um manifesto da resistência de povos de axé distribuídos em vários cultos e crenças de religiões afro-brasileiras.

“Uma obra nesse quilate é um grande instrumento de luta contra o racismo religioso, pois apresentará as nossas maneiras de ser, crer e agir. Esse documentário mostrará a luta e persistência de um ilê axé que nasceu em 2010 e permanece até os dias atuais com o objetivo de ser um território de preservação da história, cultura e religiosidade do povo negro. Povo esse que, com a diáspora, foram trazidos às terras brasileiras na condição de escravizado, mas nunca se deu por vencido”, disse o babalorixá.

Em uníssono, a diretora Paula Dias acredita que a obra se inscreve em um lugar de disputa de narrativas. Isso porque, para ela, o audiovisual segue sendo um território de representações muitas vezes preconceituosas, que devem ser combatidas com produções que garantam um olhar diverso sobre povos e populações historicamente marginalizados.

“O cinema e o audiovisual são campos de disputa, de ocupação de espaço, de representações em todo o território brasileiro. Reconhecer isso estabelece a necessidade de reivindicar cada vez mais o protagonismo de todas as pessoas que ao longo da história do cinema foram deixadas de fora ou representados através de narrativas estereotipadas por serem racializadas ou pertencentes às religiões de matriz africana”, finalizou Dias.

 

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