A reitora da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Marluce Silva, anunciou, nesta quinta-feira (31), um conjunto de medidas para reforçar a segurança no campus. Em uma semana, duas estudantes foram agredidas e uma mulher foi encontrada morta em área desativada da unidade de ensino.
Entre as medidas anunciadas estão: a instalação de 600 câmeras externas do programa Vigia Mais MT; a implementação de um botão do pânico; atendimento especial da segurança da universidade para o público feminino; reforço de segurança nas duas guaritas com vigilância 24h; fechamento das entradas/saídas alternativas de carro no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS) e no Instituto de Educação (IE), além de parceria com a Secretaria de Estado de Segurança Pública para policiamento interno.
Na manhã desta quinta, a reitora se reuniu com estudantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e dos Centros Acadêmicos (CAs) da UFMT. Eles apresentaram 10 demandas de segurança e 7 delas foram acatadas pela profissional. Outras possíveis medidas, como o aumento no contingenciamento de seguranças, serão analisadas.
A reitora ainda citou o orçamento da universidade, segundo ela, insuficiente para todos os atendimentos, o que dificulta a aplicação de algumas medidas.
"Em função de termos um contrato já estabelecido com um contingente de segurança reduzido, [iremos] fechar parte das nossas entradas, que oferecem oportunidades para o acesso de pessoas que não fazem parte da comunidade”, disse a reitora.
Sem dar muitas explicações, Marluce também anunciou a implementação de um botão do pânico, que os estudantes poderão instalar no celular. A medida será detalhada nos próximos 25 dias, segundo ela.
Insegurança na universidade
Os casos de agressão denunciam um ambiente de insegurança constante vivenciado por estudantes da UFMT, especialmente mulheres. Várias delas revelaram ao que vivem com medo constante dentro do campus. "Estou muito assustada", contou uma delas à reportagem. Ela estuda à noite e foi uma das mulheres assediadas pelo homem de 47 anos, preso na última quarta-feira (30).
Na coletiva, a reitora declarou que "pessoas estranhas", como ela definiu, dormem no espaço da universidade e os banheiros são utilizados frequentemente como pontos de tráfico de drogas.
"Alguns professores denunciaram que pessoas estranhas, por exemplo, amanheceram nos corredores, foram encontrados dormindo dentro de um banheiro", apontou. “Eles [traficantes de entorpecentes] se escondem dentro dos banheiros, é isso que nós estamos recebendo de informação. Eles entram na universidade, usam o banheiro e a outra pessoa entra e eles trocam lá”, completou Marluce Silva, que acredita que as novas câmeras de segurança irão auxiliar na identificação desses criminosos.
A quantidade de seguranças no campus é uma reclamação unânime entre os estudantes ouvidos pela reportagem. Atualmente, a universidade dispõe de 38 porteiros, sendo 19 por turno, e 20 vigilantes, sendo 10 por turno. A reitora disse que o aumento no número do contingenciamento será avaliado, mas mencionou o baixo orçamento como uma dificuldade.
Casos recentes
No período de uma semana, 3 mulheres foram agredidas dentro da UFMT. No último dia 24, Solange Aparecida Sobrinho, 52, foi encontrada morta com marcas de asfixia no pescoço. O laudo da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), divulgado uma semana depois do crime, apontou que a vítima sofreu violência sexual antes do assassinato.
Na última segunda-feira (28), uma estudante de Comunicação Social, de 23 anos, foi agredida nas dependências da instituição por uma pessoa em situação de rua. Dois dias depois, outra estudante, de 19 anos, foi beijada à força por um homem de 47 anos ainda não identificado, próximo ao bloco do Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS).
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