O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, encampou a versão dada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro para o caso das joias avaliadas em R$ 16,5 milhões. A decisão do dirigente partidário gerou descontentamentos na família do ex-presidente e fez crescerem os rumores de um distanciamento entre o casal.
Há muita pressão no PL para que Valdemar abandone a defesa do clã Bolsonaro depois do caso das joias. O presidente do partido, no entanto, teria dito a interlocutores que cogita se afastar de Jair Bolsonaro, mas que não deixará Michelle desprotegida por entender que ela é uma "vítima" no episódio.
Segundo apurou a coluna, Michelle afirmou a Valdemar que não tinha conhecimento das joias e disse ser uma vítima no escândalo, pois o nome dela teria sido usado sem seu consentimento pelo ex-ministro Bento Albuquerque quando as joias foram retidas pela Receita Federal.
Após ouvir a versão de Michelle, Valdemar decidiu colocar advogados do PL para defendê-la e, mesmo contra a vontade de vários integrantes do partido, ainda está disposto a investir no projeto político de transformar a ex-primeira-dama em um ativo eleitoral.
O próprio Bolsonaro e seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos teriam ficado incomodados com a versão de Michelle e com o apoio de Valdemar a ela. Na visão deles, segundo um interlocutor da família, a ex-primeira-dama estaria pesando apenas em seu projeto político e em sua defesa jurídica. Bolsonaro segue nos Estados Unidos, para onde foi no final de 2022.
Michelle retornou ao Brasil no final de janeiro passado e chegou a ser apontada por correligionários como "presidenciável". Enquanto os advogados ainda trabalham na formatação da linha de defesa de Michelle, o PL cancelou compromissos que ela tinha agendados pelo país, inclusive no estado de São Paulo, base política de Valdemar Costa Neto e onde ele tem se afastado dos radicais e se aproximado do centro.
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