A viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China ganhou mais importância com a sua decisão de indicar a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para presidir o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), instituição financeira dos Brics. A sede do banco fica em Xangai, uma das principais metrópoles daquele país.
Do lado brasileiro, há interesse em ampliar o atual patamar de US$ 70 bilhões de investimentos chineses em setores estratégicos, como energia e infraestrutura. O comércio bilateral, da ordem de US$ 150 bilhões, é favorável ao Brasil, com superávit de US$ 28 bilhões, no ano passado. Os produtos-chave são commodities, soja e minério, mas também se busca aumentar esse relacionamento com exportações de alto valor, como aviões.
Na lista de entregas está a abertura de um consulado em Chengdu, decidida ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL). A cidade é um polo tecnológico. Embora trabalhem para acelerar a abertura, postergada por causa da pandemia, diplomatas dizem que a inauguração talvez não se concretize a tempo da visita de Lula.
A viagem ainda pode se dividir em até duas cidades: Pequim e Xangai. O pacote oficial inclui um jantar e visitas ao presidente Xi Jinping, ao primeiro-ministro Li Keqiang e à Assembleia Popular Nacional, além de passagem para foto na Grande Muralha e um seminário empresarial organizado pela Apex-Brasil.
Cooperação
Há acordos em diversas áreas sendo levantados pelo Itamaraty. Uma possibilidade seria expandir a cooperação espacial, com o lançamento de um novo satélite produzido em parceira. O programa Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres (Cbers) já produziu e colocou em órbita seis satélites. O primeiro lançamento ocorreu em 1999 e o último, em 2019. Os investimentos passam até agora dos US$ 300 milhões.
Lula levará à China uma numerosa comitiva. Uma mostra foi a grande presença de ministros na reunião preparatória da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (Cosban), na última quarta-feira, no Itamaraty. Coordenador da comissão, o vice-presidente Geraldo Alckmin deverá ficar no Brasil para assumir a Presidência durante a viagem de Lula.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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