Quatro pessoas morreram, e pelo menos oito ficaram feridas nesta segunda-feira (10), quando um homem abriu fogo em uma agência bancária de Louisville, a principal cidade do Kentucky, no centro-oeste dos Estados Unidos, antes de falecer, anunciaram as autoridades locais.
"Cinco pessoas morreram no total. Pelo menos mais seis pessoas foram levadas" ao hospital, informou no Twitter a polícia de Louisville, incluindo o autor dos disparos no número de mortos.
A polícia chegou ao local em poucos minutos depois de receber diversas chamadas por volta das 8h30 desta manhã (9h30 em Brasília) após disparos nas instalações do Old National Bank, no centro da cidade, onde o suspeito "ainda estava atirando" mesmo após a chegada das forças de segurança, disse, durante coletiva de imprensa, Paul Humphrey, um agente da polícia local.
O suspeito morreu pouco depois. "Ainda estamos tentando descobrir se ele atirou em si próprio ou se foi baleado por policiais", acrescentou Humphrey.
"Acreditamos que ele agiu sozinho e tinha vínculo com o banco", disse, considerando que ele poderia ter trabalhado no local ou estar atualmente no quadro de funcionários, o que será apurado mediante investigação.
"Pelo menos" dois agentes ficaram feridos no tiroteio e um deles está passando por cirurgia no hospital", disse o policial. "Foram encontradas pelo menos mais quatro vítimas mortas dentro do local, junto com (outras) oito que estão sendo atendidas no hospital universitário", declarou.
O estado de saúde de dois dos feridos, incluindo um dos policiais, é grave. Os policiais "sem dúvida salvaram vidas", afirmou o prefeito da cidade, Craig Greenberg, em entrevista coletiva na qual denunciou "um novo episódio de violência armada". Ele próprio sobreviveu a um ataque a tiros no ano passado.
O governador do estado, Andy Beshear, contou a jornalistas ter perdido um "amigo muito querido" no ataque. "Outro amigo próximo é um dos que estão no hospital", disse durante a coletiva de imprensa.
Alguns sobreviventes se refugiaram no cofre, relatou um repórter da CNN.
Um drama recorrente
Os Estados Unidos pagam um preço alto pela disseminação de armas de fogo em seu território e pela facilidade com que os americanos têm acesso a elas.
Em 27 de março, uma pessoa abriu fogo em uma escola particular de ensino fundamental em Nashville, no estado do Tennessee. Matou três meninos de 9 anos e três funcionários antes de ser morto a tiros pela polícia.
O país tem mais armas individuais do que habitantes: um em cada três adultos possui pelo menos uma arma nos Estados Unidos, e quase um em cada dois vive em uma casa onde tem uma arma.
Como consequência dessa proliferação, registra-se um índice altíssimo de mortes por armas de fogo no país, incomparável com o de outras nações desenvolvidas.
Cerca de 49.000 pessoas morreram por ferimentos a bala em 2021, contra 45.000 em 2020 — que já era um ano recorde. Isso representa mais de 130 mortes por dia. Deste total, mais da metade são casos de suicídio
Há décadas os Estados Unidos convivem com massacres em decorrência da facilidade de acesso às armas de fogo no país. Mesmo com o peso na história de massacres como o da escola de Parkland, na Flórida, em 2018, que deixou 17 mortos entre estudantes e professores, até o tiroteio em massa na escola Sandy Hook, em Connecticut, em 2012, que matou 20 crianças e 7 adultos, incluindo o próprio atirador que cometeu suicídio. Ou do ataque mais mortal da história dos EUA, em 2017, no qual um homem matou 59 pessoas e deixou outras 500 feridas em Las Vegas.
Armas nos EUA, epidemia e vergonha internacional
Apesar do histórico de violência, em alguns estados do país sequer é exigida a verificação de antecedentes criminais para a compra de armas. Anualmente, segundo dados da organização Gun Violence Archive, o número de tiroteios cresce nos EUA.
Na contramão de Jair Bolsonaro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vem pressionando os congressistas desde sua campanha por mais controle na compra e posse de munições e armas nos EUA. A preocupação do presidente é também com as chamadas “armas fantasmas”, que não permitem rastreio e podem ser construídas em casa a partir de um kit com peças e ferramentas encomendado pela internet.
“A violência com armas de fogo neste país é uma epidemia e uma vergonha internacional”, declarou Biden.
*Com informações AFP e Brasil Atual
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