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Alma de Cowboy

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Do Revista Bula

Os animais têm a capacidade de nos ensinar valiosas lições, e a relação que construímos com eles pode ser incrivelmente profunda. Essa conexão vai além do simples contato, quase como se compartilhássemos nossas emoções e pensamentos. No caso dos cavalos, essa relação é ainda mais especial. Embora pensemos que estamos no controle, muitas vezes são os cavalos que nos ensinam.

Eles nos mostram a importância de respeitar os limites e o espaço do outro, e como as nossas energias influenciam diretamente o comportamento deles. Apenas quando estamos tranquilos e com a mente clara é que eles permitem que os montemos; do contrário, nossa inquietação os afeta negativamente. Dizem até que os batimentos cardíacos de um cavaleiro e seu cavalo podem se sincronizar, ilustrando a profundidade dessa conexão. Além disso, os cavalos nos ensinam sobre disciplina, persistência e liderança, preferindo ser guiados por aqueles que demonstram confiança e direção.

Neste contexto, o filme “Alma de Cowboy”, dirigido por Ricky Staub, explora essa conexão especial. O filme, coescrito por Staub, G. Neri e Dan Walser, segue a história de Cole (interpretado por Caleb McLaughlin), um adolescente rebelde que, após ser expulso da escola e confrontar problemas em casa, é deixado pela mãe na casa de seu pai, Harp (Idris Elba), na Filadélfia. Cole, criado por sua mãe solteira, enfrenta um ambiente difícil e, sem outras opções, sua mãe o envia para o pai na esperança de que ele encontre uma figura masculina a seguir.

Inicialmente, Cole resiste a essa nova realidade. Ele quer distância de Harp, que leva uma vida peculiar como um caubói urbano, criando cavalos na sala de casa. No entanto, após tentar fugir e se envolver novamente com um amigo de infância, Smush (Jharrel Jerome), um traficante de drogas, Cole percebe que precisa repensar suas escolhas.

Smush, embora pareça oferecer um abrigo temporário, acaba por levá-lo a mais problemas. Ao perceber a falta de estabilidade e segurança, Cole começa a se aproximar do pai e se envolve na criação de cavalos, descobrindo uma nova comunidade de caubóis urbanos que lutam para manter sua cultura viva apesar das mudanças na cidade.

Essa nova convivência proporciona a Cole o apoio emocional que ele tanto necessita. Ele encontra em Harp e nos outros caubóis urbanos exemplos de resiliência e determinação. Esses homens e mulheres mantêm seus cavalos em estábulos de propriedades que não são suas, mas de proprietários ausentes. A luta para preservar essa cultura é constante, mas vital, pois oferece uma alternativa positiva para muitos jovens que, de outra forma, poderiam cair na criminalidade.

A história por trás do filme remonta ao início do século 20, quando muitos negros migraram do sul para o norte dos Estados Unidos em busca de melhores oportunidades de emprego. Trouxeram consigo seus cavalos e tradições, fundando uma nova cultura que persiste até hoje. A rua Fletcher, famosa por sua comunidade de vaqueiros, serviu como inspiração para Staub, que decidiu contar essa história após conhecer alguns dos moradores.

Dirigir “Alma de Cowboy” foi um desafio logístico para Staub. As filmagens ocorreram nos estábulos reais da rua Fletcher, e muitos dos personagens são vaqueiros reais, não atores profissionais. Conseguir as autorizações dos proprietários das propriedades foi uma tarefa árdua, mas essencial para a autenticidade do filme.

Embora o filme retrate uma comunidade predominantemente negra, Staub, que é branco, afirma que não enfrentou grandes dificuldades por morar no norte da Filadélfia desde a adolescência, onde cresceu em um ambiente intercultural. “Alma de Cowboy” é seu primeiro longa-metragem, mas seu curta anterior, “The Cage”, também abordava a história de um jovem negro. Segundo Staub, a escolha dos protagonistas não foi deliberada, mas sim uma consequência natural de suas influências e inspirações pessoais.

Filme: Alma de Cowboy
Direção: Ricky Staub
Ano: 2020
Gênero: Drama
Nota: 8/10

 

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