O dólar fechou em queda de 0,47%, cotado a R$ 5,46, nesta quarta-feira (18/9), puxado pelo corte de juros nos Estados Unidos. O anúncio da redução da taxa foi feito às 15 horas, em comunicado do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
A moeda americana, que registrou o sexto recuo seguido, chegou a cair 1,30%, a R$ 5,41, por volta das 15h30. Mas o otimismo do mercado diminuiu depois da entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, na qual ele comentou a decisão do BC americano.
Por que esta “superquarta” pode mudar a dinâmica da economia mundial
O Fed promoveu uma redução histórica dos juros, a primeira desde 2020, com um corte de 0,50 ponto percentual. Com isso, a taxa anual passou para um intervalo entre 4,75% e 5,00%. Antes disso, estava entre 5,25% e 5,50%.
“O mercado já esperava uma redução desse tamanho, mas a entrevista de Powell foi dura”, diz Gustavo Bertotti, economista-chefe da Messem Investimentos. Em suma, o presidente do banco central americano disse que o corte foi de 0,50 ponto, mas tal magnitude não deve ser interpretada como uma tendência. Para Bertotti, essa ressalva atenuou a queda do dólar e manteve em alta os títulos da dívida dos EUA.
Efeitos benignos
Para Paula Zogbi, gerente de pesquisa da Nomad, acredita que a consolidação do resultado benigno da queda da taxa de juros, com uma redução mais acentuada do dólar e o aumento do fluxo de capitais para países emergentes – em especial para as Bolsas de Valores –, ainda depende de diversas variáveis. Ele exige, por exemplo, uma economia global saudável.
E o corte mais agressivo da taxa de juros nos EUA pode ter sido uma resposta à possibilidade de recessão naquele país, como já se especulou no início de agosto. Nesse caso, o Fed teria reduzido a taxa mais de forma mais por medo de uma queda brusca da economia do que por temor de uma alta da inflação.
“Sinais de recessão tendem a ser negativos para investimentos de perfil mais volátil, como companhias em fase de crescimento, por exemplo”, diz Paula. “Além disso, o mercado segue monitorando o noticiário relacionado a outros temas, como as eleições americanas, por exemplo, que podem adicionar incertezas ao cenário.”
Bolsa em baixa
A Bolsa brasileira (B3) fechou em queda de 0,90%, aos 133.747 pontos nesta quarta. O Ibovespa, o principal índice da B3, chegou a esboçar uma reação positiva após o anúncio do corte de juros nos EUA, mas voltou a cair na sequência.
A B3 foi puxada para baixo pelo desempenho negativo de ações de grande peso no Ibovespa. A Petrobras registrou queda de 1,90%, cotada a R$ 39,82, e a Vale recuou 1,17%, a R$ 57,54.
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