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Variedades Quarta-feira, 14 de Agosto de 2024, 08:56 - A | A

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TEATRO

A peça Labirinto Feminino debate violência contra a mulher e relacionamentos abusivos em Cuiabá

Com idealização de Gabriela Gama, que também assina a direção de Labirinto Feminino, integra a programação do 2º Festival Luiz Carlos Ribeiro no dia 18 de agosto às 20h no Cine Teatro Cuiabá

Da Redação

Com a proposta de explorar o ciclo da violência de gênero em relacionamentos abusivos e identificar suas diferentes fases, o espetáculo Labirinto Feminino, escrito e dirigido por Gabriela Gama, que compõe o elenco ao lado do ator Shirtes Filho, será apresentado na 2ª edição do Festival Luiz Carlos Ribeiro em Cuiabá. A única apresentação da peça irá acontecer no dia 18 de agosto, domingo, às 20h, no Cine Teatro Cuiabá. Os ingressos serão gratuitos.

O espetáculo narra a história de uma mulher que está prestes a se casar com o seu “príncipe”. Porém, o que aparenta ser uma relação amorosa e feliz esconde uma realidade bem diferente. Por meio de performances e monólogos intensos, dos contos de fadas até a realidade dos tempos atuais, a peça explora o ciclo da violência doméstica e como situações de abusos se apresentam de formas diversas, ao mesmo tempo que discute a importância de combater os feminicídios que resultam na dizimação do empoderamento feminino.

“O texto é composto por performances que foram criadas a partir de cada estação do ciclo de violência. Contamos a história desde a mitologia, passando pelos contos de fadas, e chegando até os dias de hoje. O figurino narra junto com a peça a trajetória das personagens. A cenografia é minimalista, um espaço neutro repleto de elementos simbólicos, aludindo ao psicológico de uma vítima de violência. A iluminação, por sua vez, cria atmosferas diferentes ao longo da peça, ajudando a destacar a transformação das personagens. Em contraste com a violência, momentos de esperança e de empoderamento também são destacados”, explica Gabriela.

Karen Malagoli

Peça Labrinto Feminino 2

 

A diretora e atriz ainda conta que o espetáculo é uma resposta ao aumento de casos de feminicídio no Brasil. “Apenas em 2023 1467 mulheres morreram, apenas pelo fato de serem mulheres, uma alta de quase 1% em relação ao ano anterior. Só no primeiro semestre de 2023, houve em São Paulo um aumento de 34%, assim como agressões, ameaças e medidas protetivas. São números expressivos que não podem ser ignorados. Por que querem nos matar? O que podemos fazer para mudar esse cenário? A peça foi pensada como uma forma de expor a calamidade, assim como um alerta e uma tentativa de prevenção. Reconhecer o ciclo talvez seja uma das formas de libertar uma próxima geração dessa que eu chamo de ‘pandemia silenciosa”, enfatiza.

Já o ator Shirtes Filho explica: “Levamos ao palco, em forma de arte, questões atuais, mas que se parecem antigas, e que a sociedade tem dificuldade em dialogar. Além de atuar eu sou um grande aprendiz do projeto, como um homem estou procurando entender melhor essas agressividades que afetam nossa sociedade, principalmente as mulheres. A peça traz esse espelho, da mulher se identificar no lugar da vítima, por passar ou já ter passado por algumas das violências apresentadas e o homem no lugar de reflexão, se em algum momento já replicou frases e ações de violência apresentadas no meu personagem”.

Importância da apresentação no estado:

A peça é de grande relevância para o Festival, já que segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública de 2024, apontou que Mato Grosso foi o estado que registrou a maior taxa de feminicídios do país, com 2,5 mortes para cada 100 mulheres.

O espetáculo Labirinto Feminino surgiu de uma investigação que Gabriela Gama deu início em 2018, a partir de uma pesquisa sobre síndrome de Estocolmo e as violências de gênero, resultando em uma performance chamada Núpcias. Ela diz ter ficado impactada como a história apresentada, ao vivo, fazia o público interagir e se indignar com a narrativa. A partir dali intensificou a pesquisa sobre o ciclo da violência, assim como a linguagem performática surgindo o Labirinto Feminino em forma virtual. O mesmo trabalho inaugurou o cine teatro Guarani em Manaus em uma mostra de mulheres cineastas. Em 2023 foi convidada para dirigir a mesma peça em uma versão de mulheres Trans, surgindo o espetáculo Labirinto TransFeminino. O projeto foi ampliado com o Labirinto Imersivo uma experiência imersiva em Realidade Virtual em óculos 360º.

Ficha Técnica

Direção:
Gabriela Gama
Assistente de direção: Júlio Oliveira
Atores: Gabriela Gama e Shirtes Filho
Iluminação e operação: Júlio Oliveira
Sonoplastia e operação: Rodolfo Ruscheinsky
Fotos: Karen Malagoli
Produção e Idealização: Faga’s Produções

Serviço

2º Festival Luiz Carlos Ribeiro

Apresentação: 18 de agosto (domingo), às 20h
Local: Teatro Cine Teatro Cuiabá - Av. Pres. Getúlio Vargas, 247 - Centro, Cuiabá - MT
Ingressos: Grátis
Classificação: 16 anos
Duração: 60 minutos

* Com assessoria

 

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