Morte de um amigo

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Quando um amigo morre, seja parente ou não, morre uma parte da gente; e morte é para sempre – não se engane!
Porque houve diálogos que foram só com ele, que só ele ouviu e entendeu e respondeu dum jeito, que outro não há. Teve pensamento que foram pra ele, de modo que, para outro, seria diferente, ainda que fosse quase igual. O jeito dele falar e dizer, às vezes sem dizer, que gostava ou desgostava, não tem noutro; então, sua ausência é para sempre. O resto é conversa pra gente grande se enganar, autoconsolo...
Morreu Geraldinho!
O fotógrafo. O guia turístico. O que tomava sua cerveja ali no Santos-Bar, no Dito. Às mesas, falarão dele até se esquecerem. Nem os bares são eternos!
O Araguaia encantou o Geraldinho: porque o Araguaia encanta todos os que lhe sabem olhar. Eternizou-se lá, pelo que amou e gerou, inclusive os filhos. Mas, acabou se dando de amor eterno para a Chapada, e ficando aqui; mostrando-a, aos que vieram vê-la, conhece-la, sob suas lentes naturais, e as artificiais que ficam – mas nunca deixou de falar do Araguaia. Tinha saudades...
Às vezes, nos domingos de comigo e plantas e passarinhos, fazia comida aqui e convidava Geraldo: “- Opa! Tô indo!” Comia como quem gostava, como se dizendo que tinha alegria de estar aqui, de estar a celebrar benquerenças sem os desesperos de querer desumanizar quem quer que fosse, por esses interesses vãos – que enriquecem o corpo e empobrecem a Alma. A alegria mesmo, se manifesta desinteressada!
Fotografou-nos, para que durássemos para além dos momentos: sua lembrança fica com a foto, porque, dizia: “tudo passa, a foto fica”!
Geraldinho encontrará muita gente boa no Além. Que lá, haja alegrias imensas e tão encantadoras, que nem sinta tanta falta daqui; quanto sua ausência será sentida. Amém!
Abração, Amigo!

*Prof. Dr. Elismar Bezerra Arruda é professor na rede pública de ensino

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