O juiz Ricardo Garcia Maziero, da Vara Criminal de Porto Esperidião (320 km de Cuiabá), manteve, neste domingo (15), a prisão preventiva de Rosivaldo Silva Nascimento, Lucas dos Santos Justiniano, Maikon Douglas Gonçalves Roda e Ana Claudia Costa Silva. Os quatro estão entre os acusados pelo sequestro, tortura e assassinato das irmãs Rayane e Rithiele Alves Porto, e pela tortura de outras duas pessoas na madrugada de sábado.
Segundo os autos, as vítimas foram sequestradas por nove indivíduos após um festival de pesca e levadas a um cativeiro. O local serviu como palco de tortura, onde as mulheres foram mortas com requintes de crueldade. O crime teria sido motivado por uma foto em que as vítimas faziam um gesto associado à facção rival, Primeiro Comando da Capital (PCC), o que teria desencadeado a retaliação por membros do Comando Vermelho (CV).
A investigação aponta que os réus confessaram a participação no crime, que teria sido ordenado por um integrante da facção preso na Penitenciária Central do Estado (PCE). Os suspeitos, que também estão sendo investigados por tentativa de homicídio, tortura e associação criminosa, seguem presos preventivamente para garantir a ordem pública e a segurança das testemunhas.
“É importantíssimo ressaltar que se trata de uma infração penal cujas repercussões são extremamente graves no seio da sociedade local, de forma a catalisar, sem sombra de dúvidas, sérios abalos à ordem pública. A permanência dos custodiados em liberdade no seio da comunidade provocaria um forte sentimento de impunidade e de insegurança, bem como propiciaria, sobremaneira, que os mesmos estímulos relacionados à infração penal fossem reencontrados se permanecessem em liberdade”, destacou o juiz.
O CRIME
As irmãs Rayane e Rithiele foram assassinadas após serem sequestradas ao saírem de um evento. Além delas, dois homens também foram vítimas. Um dos sobreviventes conseguiu fugir do cativeiro e pediu socorro à polícia. Ele relatou que ele e as outras vítimas foram abordados por um grupo de nove pessoas — sete homens e duas mulheres — que os obrigaram a seguir até uma residência. O local funcionava como cativeiro, onde foram submetidos a horas de tortura.
Ao chegarem à residência indicada pela vítima, os policiais encontraram um dos homens, de 29 anos, gravemente ferido, com o dedo mínimo da mão esquerda e a orelha esquerda cortados, além de apresentar ferimentos de arma branca na nuca. Nos outros cômodos, a cena era ainda mais macabra: na cozinha, foram localizados dedos e cabelos de uma das vítimas. No último quarto, os corpos das irmãs Rayane e Rithiele foram encontrados, ambas com sinais de tortura e os cabelos cortados.
A motivação do crime seria uma foto tirada pelas vítimas, onde elas faziam um gesto que simboliza o número três, um sinal reconhecido como provocação no mundo do crime e que faz referência ao Primeiro Comando da Capital (PCC).
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