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Geral Sexta-feira, 05 de Maio de 2023, 09:10 - A | A

Sexta-feira, 05 de Maio de 2023, 09h:10 - A | A

ECONOMIA

Governo estuda viabilizar carros populares: "R$ 90 mil não é popular"

Hoje, o carro mais barato do Brasil é o Fiat Mobi em sua versão Like, que sai pela bagatela de R$ 40.215

Da Redação

Os preços atuais dos automóveis chamaram a atenção do governo federal, que pretende tomar iniciativas para trazer veículos mais baratos ao país, além de garantir melhores condições de pagamento."Qual pobre que pode comprar carro popular por R$ 90 mil? Um carro de R$ 90 mil não é popular. É para classe média", afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante a 1ª reunião do novo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social Sustentável.

Recriado pela atual gestão, o órgão tem a missão de auxiliar na elaboração de políticas públicas de desenvolvimento. O colegiado é formado por representantes de diferentes setores da sociedade para a formulação de políticas públicas, e segundo Lula o grupo representa a "cara da sociedade brasileira".

O petista afirmou considerar uma virtude do "Conselhão" reunir pessoas com pensamentos diferentes e que, deste diálogo, surgirão novas ideias para o país. "Aqui não é um espaço para as pessoas virem falar bem do governo. Também não é espaço para só fazer diagnóstico. Aqui é um espaço para vocês ajudarem a governar esse país, como é que vocês querem que as coisas sejam feitas", afirmou.

 

Carro Popular
O conceito de carro popular mudou muito com o tempo. Antigamente, era bem fácil definir quais eram os modelos realmente considerados acessíveis no mercado, por uma série de fatores. Mas, com a evolução natural do mercado e a instabilidade econômica no Brasil, essa realidade se transformou drasticamente.

Hoje, o carro mais barato do Brasil é o Fiat Mobi em sua versão Like, que sai pela bagatela de R$ 40.215. Um carro bem simples, com o básico do básico no pacote de equipamentos, mas que te leva do ponto A ao ponto B com relativo conforto e bom consumo de combustível.

E em um mercado que, hoje, é dominado pelos SUVs, os valentes carrinhos populares de entrada sobrevivem e proporcionam a uma grande parcela da população a chance de conquistar seu automóvel 0km.

Porque tão caro?
As respostas mais comuns quando perguntamos por que os carros custam tão caro no Brasil são atreladas à alta do dólar ou, então, a um problema mais recente: a crise global de semicondutores. Mas será que é somente isso que explica a disparada de preços de carros antes considerados populares, como o Volkswagen Gol, hoje custando acima de R$ 90 mil?

Para efeito comparativo, em 2002, um Fiat Brava, coupê que há um bom tempo está fora de linha, mas era sucesso na época, custava pouco mais de R$ 30 mil em sua versão topo de linha com motor 1.8. Hoje, um modelo equivalente da mesma montadora, o Argo Trekking 1.8, não sai por menos de R$ 89 mil.

E o que explica isso? Segundo Luiz Carlos Moraes, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Autoveículos (Anfavea), o conceito de carro popular está "morto". “Não existe mais essa figura do carro popular, que não tem nada de tecnologia. Nós temos que ter, por lei, todos os sistemas de segurança, e nós achamos que está correto. Esquece, isso é passado, não tem mais sentido isso”.

Em 2003, um carro com configurações similares ao do Gol básico, o Gol Total Flex, dotado da tecnologia Magneti Marelli, saia por R$ 26,8 mil, equivalente a 107,9 salários mínimos da época (R$ 240). O valor do carro, hoje, em salários mínimos atuais (R$ 1.192), é menor (67,6 salários), mas isso não quer dizer que esteja mais fácil para o brasileiro ter um Gol em sua garagem. Muito pelo contrário.

As tecnologias citadas pelo presidente da Anfavea para justificar a "morte" do carro popular foram novamente apontadas pelo executivo como um dos fatores primordiais para os carros no Brasil custarem tão caro. “Nosso aumento de preços é relativamente baixo se olharmos o contexto geral”, argumentou o presidente da Anfavea, citando que, em relação aos produtos captados pelo IPCA (IBGE), a inflação acumulada em 12 meses dos automóveis novos é de 11,5%. Com isso, o setor ficou na 136ª posição entre os itens que mais aumentaram de preço. "O IPA-DI (FGV) acumulado em 12 meses, outro índice usado como comparativo, fechou em 28,6% em setembro”, explicou.

Fato é que o 'Conselhão' terá muito trabalho pela frente para fazer com que a população mais carente tem acesso a um carro popular.

*Com informações G1 Nacional e CanaTech

 

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