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Geral Segunda-feira, 07 de Julho de 2025, 09:30 - A | A

Segunda-feira, 07 de Julho de 2025, 09h:30 - A | A

SEM TRIPULAÇÃO

Entenda como funciona submarino do tráfico controlado por controle remoto

Do R7

A Marinha da Colômbia anunciou, na pultima quarta-feira (02), que apreendeu o primeiro narcosubmarino não tripulado no mar do Caribe, próximo à cidade de Santa Marta, no norte do país.

Segundo as autoridades, o veículo era operado por controle remoto e equipado com uma antena do serviço de internet por satélite Starlink, da empresa SpaceX, propriedade do bilionário Elon Musk.

 

O semissubmersível foi projetado para transportar até 1,5 tonelada de cocaína, mas estava vazio no momento da apreensão. De acordo com a Marinha colombiana, ele pertencia ao Clã do Golfo, o maior grupo de tráfico de drogas da Colômbia, e estaria em fase de testes para futuras operações.

Os semissubmersíveis, construídos em estaleiros clandestinos na selva colombiana, são usados há décadas para transportar cocaína, principalmente para a América Central, México, Estados Unidos e até mesmo Europa e Austrália.

Essas embarcações rústicas e leves navegam rente à superfície da água, o que as torna difíceis de detectar por radares. Segundo o almirante Juan Ricardo Rozo, comandante da Marinha colombiana, o uso de um submarino não tripulado reflete a “migração dos traficantes para sistemas mais sofisticados”.

Ele disse, em uma coletiva de imprensa na quarta-feira (2), que esses drones submarinos aumentam a capacidade de evasão, dificultam o rastreamento por radar e permitem maior autonomia às redes criminosas.

Imagens divulgadas pelas autoridades mostram a embarcação, cinza, com uma antena de satélite instalada na proa, confirmada como parte do sistema Starlink.

Essa tecnologia, originalmente desenvolvida para fornecer internet em áreas remotas, foi utilizada para controlar o submarino à distância. “A presença da antena Starlink indica um salto tecnológico no narcotráfico, permitindo operações sem a necessidade de tripulação a bordo”, explicou Rozo.

Desafio crescente para autoridades
A pesquisadora Juana Cabezas, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento e a Paz da Colômbia, afirmou à agência de notícias France-Presse (AFP) que cartéis mexicanos, que operam no país, já contratavam especialistas em tecnologia e engenheiros desde 2017 para desenvolver submarinos não tripulados.

A ausência de tripulação reduz o risco de que operadores capturados colaborem com as autoridades, dificultando a identificação dos líderes do tráfico, e elimina a necessidade de recrutar pessoas para missões perigosas.

A Colômbia, maior produtor mundial de cocaína, concentra 67% dos cultivos de folha de coca do mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). A produção e as apreensões de cocaína atingiram níveis recordes em 2023, impulsionadas pela crescente demanda global.

Em 2024, um número quase recorde de semissubmersíveis foi interceptado nos oceanos Atlântico e Pacífico, incluindo cinco toneladas de cocaína colombiana encontradas em uma embarcação a caminho da Austrália, em novembro do ano passado, segundo a AFP.

Starlink usada pelo tráfico
O uso da tecnologia Starlink por traficantes não é inédito. Segundo a rede norte-americana CBS News, em novembro de 2024, a polícia indiana apreendeu um carregamento de metanfetamina avaliado em US$ 4,25 bilhões em uma embarcação controlada remotamente com uma antena do serviço.

Na Colômbia, a legislação prevê penas de até 14 anos de prisão para quem utilizar, construir, comercializar, possuir ou transportar semissubmersíveis. “Os cartéis estão investindo em inovação para continuar suas operações, mas estamos atentos e reforçando nossas estratégias de monitoramento e interceptação”, disse o almirante Rozo.

 

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